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COREIA DO NORTE

Pyongyang muda sua Constituição e classifica Coreia do Sul como país hostil

Mudança já havia sido prometida pelo líder norte-coreano Kim Jong-un no início deste ano

Publicado em: 17/10/2024 12:28

Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte (Foto: STR / AFP / KCNA VIA KNS
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Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte (Foto: STR / AFP / KCNA VIA KNS )
A Coreia do Norte anunciou hoje que a Constituição do país foi alterada e agora qualifica a Coreia do Sul como "Estado hostil", uma mudança que o líder Kim Jong-un já havia prometido no início deste ano. "Esta é uma medida inevitável e legítima, em que se define claramente a Coreia do Sul como um Estado hostil e que se deve às graves circunstâncias de segurança que conduzem à beira da guerra devido a provocações políticas e militares por parte de forças hostis", diz a agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.
 
Segundo os analistas internacionais, a ordem de Kim é avaliada como um método de eliminar a ‘ideia’ de um Estado partilhado entre as Coreias, que foram divididas pela guerra, e é uma ruptura na conquista de alcançar pacificamente uma Coreia unificada. Para alguns especialistas, Kim provavelmente pretende reduzir a influência cultural sul-coreana e reforçar o poder interno ou ainda ter margem de manobra legal para lançar ataques militares contra a Coreia do Sul, definindo-a como um Estado estrangeiro e não como parceiro de uma eventual unificação que partilha um sentimento de homogeneidade nacional.
 
Mas, analistas políticos também observam que Kim Jong-un pode ainda visar negociações diretas com os Estados Unidos sobre o seu programa nuclear, e não através da Coreia do Sul.
Na terça-feira (15), a KCNA informou que a Coreia do Norte explodiu trechos de rodovias e ferrovias que ligavam cidades do país à Coreia do Sul, um na parte ocidental da fronteira intercoreana e o outro no lado oriental da fronteira. Dias antes, o governo de Pyongyang bloqueou permanentemente a fronteira, comunicaram as autoridades militares sul-coreanas, que em resposta dispararam tiros. As rodovias foram construídas em grande parte com recursos de Seul e tinha um caráter emblemático como um futuro possível da reconciliação intercoreana.
 
Além disso, a Coreia do Norte já disse que fechará de modo permanente sua fronteira sul e construirão posições defensivas, apos meses instalando minas e construindo barreiras antitanques.

Nos anos 2000, as duas Coreias retomaram a ligação das vias rodoviárias e ferroviárias pela primeira vez desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), no entanto foram suspensas posteriormente, quando os dois lados divergiram sobre as questões e planos nucleares do Norte, entre outros pontos de atrito.

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