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Parlamentares da esquerda francesa apresentam moção contra nomeação do primeiro-ministro

Para os deputados de esquerda, Emmanuel Macron deveria ter nomeado a pessoa proposta pela coligação que conquistou o maior número de lugares na Assembleia Nacional

Publicado em: 04/10/2024 15:34

Parlamento francês  (foto: Thomas SAMSON / AFP)
Parlamento francês (foto: Thomas SAMSON / AFP)

Nesta sexta-feira (4) foi apresentada a primeira moção de censura ao governo do novo primeiro-ministro francês Michel Barnier, subscrita por 192 deputados da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP).

 

"A existência deste governo, na sua composição e orientação, é uma negação dos resultados das últimas eleições legislativas", diz a moção. 

 

Para os deputados de esquerda, o presidente francês Emmanuel Macron deveria ter nomeado a pessoa proposta pela NFP, a coligação que conquistou o maior número de lugares na Assembleia Nacional.

 

O outro segundo motivo de censura são sobre as orientações políticas do governo Barnier, que recusa rever a reforma das pensões de 2023 e os textos orçamentais. “Parecem ser os mais austeros dos últimos vinte e cinco anos. Votar a favor desta moção de censura é denunciar o desrespeito pela tradição republicana com a nomeação de Michel Barnier; é preservar o nosso modelo social; é sancionar um governo que adotou os conceitos e o vocabulário da extrema-direita; e é proteger o Estado de direito, que é um princípio intangível", aponta o texto.

"Michel Barnier parece se contentar com palavras vazias sobre a defesa do ambiente e do clima", acusaram os deputados de esquerda.

 

Por outro lado, o partido de extrema-direita União Nacional (RN, sigla em francês) já indicou que não votará a favor do texto da coligação de esquerda. "Penso que a situação é suficientemente grave para não censurar antecipadamente este governo. Nós vamos dar uma oportunidade, não podemos aumentar o caos como vocês estão fazendo", disse a deputada do RN, Laure Lavalette, aos líderes da NFP.

 

No entanto, a moção de censura poderia ser votada pelos deputados não-inscritos, o grupo Liot (independentes) e até pelo campo presidencial.

 

Já no dia 2 de outubro, a Comissão de Legislação da Assembleia francesa rejeitou por maioria a proposta de destituição do presidente francês apresentada pelo partido França Insubmissa (LFI, esquerda radical), maior força da NFP, que acusa Macron de não respeitar o resultado das eleições legislativas de 7 de julho.

 

Depois da Nova Frente Popular (NFP) ter vencido as eleições, sem maioria absoluta, o presidente Macron decidiu nomear, em setembro, Michel Barnier (centro-direita), negociador da União Europeia (UE) para o processo do Brexit, a saída britânica do bloco europeu, como primeiro-ministro de França.


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