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RELATÓRIO

Oxford e ONU publicam relatório no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza

Estudo conclui que nos países em guerra a taxa de pobreza é de 34,8% da população total, enquanto nos restantes é de 10,9%

Publicado em: 17/10/2024 14:35

 (Foto: AFP)
Foto: AFP
Na data que marca o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e a Universidade de Oxford, divulgaram hoje o relatório que realizaram em conjunto, no qual assinala que cerca de 1,1 bilhões de pessoas no mundo vivem na pobreza, sendo que quase a metade (455 milhões) está em países em guerra ou em condições de paz frágil. 
 
Na análise detalhada da relação entre conflitos e pobreza, o estudo conclui que nos países em guerra a taxa de pobreza é de 34,8% da população total, enquanto nos restantes é de 10,9%.
 
"Os conflitos se intensificaram e se multiplicaram nos últimos anos, deslocando milhões de pessoas e causando perturbações generalizadas nas vidas e nos meios de subsistência. A nossa investigação mostra que dos 1,1 bilhões de pessoas que vivem em pobreza multidimensional, quase 500 milhões vivem em países expostos a conflitos violentos. Temos de reforçar as medidas para apoiá-los. São necessários recursos e acesso a intervenções especializadas de desenvolvimento e de recuperação precoce para ajudar a quebrar o ciclo da pobreza e da crise", disse o diretor do PNUD, Achim Steiner.
 
De acordo com o estudo, mais da metade dos pobres, ou seja, 584 milhões são crianças, e a situação é geralmente agravada nas zonas rurais, onde 28% da população mundial é pobre, do que nas zonas urbanas, onde esta situação afeta 6,6% das pessoas.
 
O relatório mostra que a maioria da população que vive na pobreza (83,2% dos 1,1 bilhões) se encontra nas regiões da África Subsariana (553 milhões) e no Sul da Ásia (402 milhões). Na África Subsaariana, sub-regiões como o Sahel, fortemente impactada por inúmeras crises, como violência, aquecimento global, grupos terroristas e limpezas étnicas, ou a parte oriental do continente são profundamente atingidas. Os países mais pobres da região são Níger, Chade, República Centro-Africana, Burundi, Madagáscar e o Mali.  
 
Também segundo o relatório, 3% do total dos pobres (34 milhões) estão centralizados na América Latina. Além disso, o documento da PNUD e da Universidade Oxford aponta que dois terços (749 milhões) da pobreza estão concentrados nos países em desenvolvimento e, ainda metade da população pobre não tem eletricidade (579 milhões) e 482 milhões vivem em famílias onde uma ou mais crianças tiveram de abandonar a escola.

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