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ONG acusa Venezuela de deter o maior número de presos políticos do século

Somente na última semana, o Fórum Penal notificou mais 40 novas detenções

Publicado em: 03/10/2024 13:34


Uma mulher algemada participa de uma manifestação para protestar contra o regime venezuelano (Crédito: MARTIN BERNETTI / AFP)
Uma mulher algemada participa de uma manifestação para protestar contra o regime venezuelano (Crédito: MARTIN BERNETTI / AFP)

A ONG venezuelana Fórum Penal (FP) denunciou hoje que o país detém por motivos políticos 1.905 pessoas, o número mais elevado deste século. "Registramos e qualificamos o maior número de presos políticos conhecido na Venezuela, pelo menos no século XXI. Continuamos a receber e a registrar os detidos", disse a organização não-governamental na rede social X.

 

O FP, além disso, apontou que os dados das pessoas privadas da liberdade não incluem todos os que foram detidos ou libertados ou que se encontram sob arresto judicial. Também 1.767 pessoas estão presas desde o início das manifestações pós-eleições presidenciais na Venezuela.

 

Somente na última semana, o Fórum Penal notificou mais 40 novas detenções, sendo que nenhum deles foi ainda libertado, enquanto mais de nove mil outras pessoas permanecem submetidas arbitrariamente a restrições à liberdade.

 

Segundo o balanço da ONG, 1.669 presos políticos são homens e 236 mulheres, e 1.746 são civis e 159 militares. Sobre as idades, 1.838 são adultos e 67 adolescentes com idades entre 14 e 17 anos. Do total de presos políticos, 148 foram condenados e 1.757 aguardam julgamento.

 

Desde 2014 já foram registradas 17.882 detenções políticas na Venezuela. O FP informou que prestou atendimento gratuito a mais de 14 mil detidos.

 

A Venezuela realizou eleições presidenciais no dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos. Enquanto isso, a oposição venezuelana contesta os dados oficiais e alega que o seu candidato, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, atualmente esta exilado na Espanha, obteve quase 70% dos votos.

 

Muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que fossem apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.

 

Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança do regime de Maduro. De acordo com as autoridades locais houve mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.

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