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GUERRA

Após um ano de guerra, mortos em Gaza ultrapassam 42 mil pessoas

Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes

Publicado em: 09/10/2024 12:08

A maioria mulheres e crianças, após uma noite de ataques no norte  (Crédito: Menahem KAHANA/AFP)
A maioria mulheres e crianças, após uma noite de ataques no norte (Crédito: Menahem KAHANA/AFP)

O número de mortos na Faixa de Gaza, onde Israel mantém há um ano uma intensa ofensiva militar, ultrapassou nesta quarta-feira (9) os 42 mil mortos, a maioria mulheres e crianças, após uma noite de ataques no norte e no centro do enclave palestino.

"Nas últimas horas, a ocupação israelita cometeu três massacres contra famílias na Faixa de Gaza, incluindo 45 mártires e 130 feridos", diz o comunicado do Ministério da Saúde local, acrescentando que o número total de mortos chegou a 42.010, incluindo mais de 16.900 crianças, sendo que 700 que morreram antes de completar um ano de idade, e cerca de 11.500 mulheres, o que equivale a 69% do total de vítimas mortais.

O comissário-geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, também alertou hoje que cerca de 400 mil pessoas estão "encurraladas" no norte de Gaza, onde "o inferno não tem fim" porque não há nenhum local seguro para onde fugir.
 
De acordo com Lazzarini, muitas pessoas no norte de Gaza, principalmente no campo de refugiados de Jabalia, o maior da região, se recusam agora a cumprir as ordens de evacuação do exército de Israel apos tantas deslocações e alegam que não tem pra onde ir, que não existe refúgio seguro.

Já o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, apelou ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de que o projeto de lei israelense para impedir a UNRWA de trabalhar em território palestino seria uma catástrofe. “Tal medida sufocaria os esforços para aliviar o sofrimento humano e as tensões em Gaza e, de fato, em todo o território palestino ocupado. Seria uma catástrofe no que já é um desastre absoluto”, afirmou Guterres.

Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, com milhares de pessoas a necessitarem de ajuda urgente, segundo as organizações internacionais. O conflito, além disso, desde o seu inicio desestabilizou toda a região do Oriente Médio.

Após um ano de guerra, são quase cem mil feridos, milhares de desaparecidos nos escombros, 90% de deslocados no enclave, além da fome, condições precárias de saneamento e das unidades de saúde que ainda funcionam, escassez de água e medicamentos, doenças e a destruição de boa parte da agricultura e das infraestruturas assinalam a dimensão trágica da situação humanitária no enclave.

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