UNIÃO EUROPEIA
UE afirma que se deve evitar intervenção militar no Líbano
O responsável pela diplomacia da UE, Josep Borrell, disse que os ministros europeus apelam a uma reunião urgente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unida
Publicado em: 30/09/2024 17:17 | Atualizado em: 30/09/2024 17:27
Josep Borrell (foto: ANGELA WEISS / AFP) |
Os representantes do Ministério das Relações Exteriores dos países membros da União Europeia se reuniram hoje para discutir a ameaça de um conflito generalizado no Oriente Médio, com a anunciada incursão terrestre das forças israelenses no Líbano.
O responsável pela diplomacia da UE, Josep Borrell, disse que os ministros europeus apelam a uma reunião urgente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. "Qualquer futura intervenção militar no Líbano iria agravar dramaticamente a situação e tem de ser evitada", avaliou Borrell.
O gabinete do secretário-geral da ONU já se antecipou e declarou que António Guterres se opõe veementemente a toda e qualquer invasão terrestre do Líbano. Uma vez que Israel anunciou que esta nova fase da guerra contra a milícia xiita libanesa Hezbollah acontecerá muito breve.
Mas, as Nações Unidas comunicaram também que os Capacetes Azuis, sua força de paz, que ficam no sul do Líbano para implementar o cessar-fogo entre Israel e Líbano desde 2006, foram forçados a interromper as suas patrulhas na região. “Os mais de 10 mil soldados da missão de paz da ONU no Líbano (Unifil) já não conseguem realizar patrulhas devido à intensidade dos combates. Eles permanecem em posição na área de responsabilidade da missão, mas a intensa troca de artilharia impede a capacidade de cumprir as suas tarefas. Apenas podem observar a situação a partir do local onde estão estacionados” disse Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU.
Por outro lado, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, apelou à aplicação de uma resolução de 1950 para impor a paz à força. "A Assembleia Geral das Nações Unidas deveria implementar rapidamente a autoridade para recomendar o uso da força, como fez com a resolução de 1950 Unidos para a Paz, caso o Conselho de Segurança não mostre a necessária determinação", disse Erdogan, que também pediu aos países muçulmanos que adotem sanções econômicas, diplomáticas e políticas contra Israel, para pressionar Tel Aviv a aceitar um cessar-fogo. “Se Israel não for detido, os seus ataques poderão atingi-los em breve”, alegou o líder turco.
Já o Hezbollah garante estar pronto para enfrentar as tropas israelenses. Hassan Fadlallah, deputado do grupo no parlamento libanês, assegurou que o grupo xiita não solicitou qualquer ajuda ao Irã após a morte do seu líder Hassan Nasrallah.
Síria faz apelo na ONU
A Síria também apelou hoje aos membros da ONU para que ponham fim à agressão israelense contra a Faixa de Gaza, o Líbano e a Síria, e advertiu para consequências imprevisíveis em todo o Oriente Médio.
O chanceler sírio, Basam Sabagh, afirmou durante no seu discurso da Assembleia Geral das Nações Unidas que Israel tem de responder perante a justiça pelos seus crimes, a fim de evitar que todas as suas ações fiquem impunes. “As ações do regime israelense e a sua extensa agressão contra países e pessoas estão levando a região à beira do abismo, que caminha para um confronto perigoso cujas consequências podem ser catastróficas para a paz e a segurança na região. E as ações de Israel contra Damasco não podem ser separadas do papel destrutivo de alguns países ocidentais como os Estados Unidos”, alertou Sabagh.
Enquanto isso, o site de notícias Sky News avançou que decorre fogo de artilharia pesada em cidades fronteiriças no sul do Líbano e que as Forças Armadas libanesas se reposicionaram, ou seja, recuaram e agora se encontram em posições a cinco quilômetros da fronteira com Israel. Além disso, três cidades na fronteira norte israelense foram declaradas zonas militares fechadas.
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