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RÚSSIA

Putin e presidente da Mongólia desafiam mandado do TPI

Ida do presidente russo ao país é vista como um desafio também à Ucrânia, ao Ocidente e a grupos de defesa dos direitos humanos, que pediram sua detenção

Publicado em: 03/09/2024 14:11

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Mongólia, Luvsannamsrain Oyun-Erdene (Foto: BYAMBASUREN BYAMBA-OCHIR / AFP
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Mongólia, Luvsannamsrain Oyun-Erdene (Foto: BYAMBASUREN BYAMBA-OCHIR / AFP )
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, em visita a Mongólia se encontrou hoje com o líder mongol, Ukhnaagiin Khurelsukh. 
 
A ida do presidente russo é avaliada como desafiadora contra o TPI, a Ucrânia, o Ocidente e grupos de defesa dos direitos humanos que pediram que ele fosse detido. Kiev instou o governo da Mongólia que executasse o mandado de prisão, enquanto o TPI afirmou na semana passada que todos os seus membros tinham a “obrigação” de deter aqueles que eram procurados pelo tribunal.
 
“A Mongólia partilha a responsabilidade pelos crimes de guerra de Putin, apos as autoridades locais não o terem preso no aeroporto”, acusou a Ucrânia.
 
Esta é a primeira viagem de Putin a um país membro do Tribunal Penal Internacional (TPI) desde que este emitiu um mandado de detenção no ano passado pela alegada deportação ilegal de crianças ucranianas. Por sua vez, o Kremlin sempre negou a acusação e ainda comentou recentemente não estar preocupado com a possibilidade de Putin ser detido durante a visita.
 
Antes de embarcar, Putin havia apontado ainda uma série de projetos econômicos e industriais entre os dois países. Entre elas a construção do gasoduto Transmongol que liga a China e a Rússia, assim como o interesse em prosseguir um trabalho rumo a uma cúpula trilateral entre ele e os líderes mongóis e chineses.
 
Putin foi recebido na capital Ulan Bator por uma guarda de honra quando aterrissou no país na noite de ontem e nesta terça-feira participou de uma cerimônia de recepção com Khurelsukh, na Praça Genghis Khan. O encontro dos dois dirigentes também assinala o 85º aniversário de uma vitória decisiva contra o Japão Imperial por parte das forças mongóis e soviéticas.
 
Um dia antes, um pequeno protesto se concentrou nessa mesma praça, com manifestantes que empunhavam cartazes exigindo "Tirem daqui o criminoso de guerra Putin". Outro protesto havia sido planejado para hoje no local, mas foi impedido por um forte esquema de segurança de se aproximar do líder russo, e acabou sendo realizado em outra área da cidade.
 
A Mongólia tem laços culturais estreitos com a Rússia e esteve sob o domínio de Moscou durante a era soviética. O país, além disso, não condenou a invasão russa na Ucrânia e se absteve nas votações sobre o conflito na Organização das Nações Unidas.
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