Macron anuncia o novo primeiro-ministro da França

Nesta quinta-feira (5), o presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou o ex-comissário europeu que foi o negociador do Brexit, Michel Barnier, para o cargo de primeiro-ministro do país. 

 

Macron pediu que Barnier constitua um governo de união a serviço do país. “Barnier reúne as condições para ter um governo o mais estável possível e as hipóteses de reunir o maior apoio”, afirmou Macron.

 

No entanto, os partidos na Assembleia Nacional podem decidir pedir uma moção de censura. O líder da França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, disse que a nomeação foi "roubada" ao povo francês. A França Insubmissa compõe a Nova Frente Popular, a aliança de esquerdas que conquistou o maior número de votos nas últimas eleições legislativas. 

 

Por sua vez, a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen (partido Reunião Nacional), apontou que irá aguardar que Barnier apresente o seu programa político ao Parlamento antes de decidir se censura o futuro governo. "Vamos esperar pelo discurso de política geral que será feito na Assembleia Geral pelo novo chefe de Governo. Temos de respeitar os nossos eleitores e o primeiro-ministro deve se empenhar numa reforma eleitoral que mude o atual sistema majoritário para um sistema proporcional”, comentou Le Pen, acrescentando ainda que este novo governo deve levar em conta imigração fora de controle, à insegurança que dispara e a preservação do poder de compra dos franceses.

 

A RN e os seus aliados foram à terceira força mais representada na Assembleia Nacional, com 142 deputados (num total de 577), atrás da coligação de esquerda (193) e do bloco macronista (166), apesar de serem os mais votados, com 37% dos votos.

 

Na França uma moção de censura pode derrubar um governo sem propor um governo alternativo, ao se registrar uma maioria absoluta dos votos, o que seria possível se a esquerda, que já manifestou a sua total oposição à nomeação de Barnier, e a extrema-direita se unissem.

 

 

Barnier, de 73 anos, do partido Os Republicanos, é o mais velho primeiro-ministro da era moderna francesa. Ele já foi ministro das Relações Exteriores do ex-presidente Jacques Chirac e também assumiu a pasta ministerial do Ambiente durante o governo de Édouard Balladur e a presidência de François Mitterand. Ele é o mais velho primeiro-ministro da era moderna francesa. Na presidência de Nicolas Sarkozy e no governo de François Fillon foi ministro da Agricultura e da Pesca. 

 

Em 2016 foi o negociador-chefe para o Brexit, responsável por representar os interesses da União Europeia na saída do Reino Unido do bloco europeu.