FAIXA DE GAZA
Funcionário da ONU é morto na Cisjordânia por atirador israelense
Jawwad, que deixa viúva e cinco filhos, trabalhava como funcionário de saneamento para a agência da ONU.
Publicado em: 13/09/2024 15:28 | Atualizado em: 13/09/2024 15:54
Sharon ARONOWICZ / AFP |
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) comunicou hoje que um dos seus funcionários foi morto na quinta-feira por um franco-atirador israelense no campo de refugiados de Faraa, no norte da Cisjordânia ocupada.
"Sufyan Jaber Abed Jawwad foi baleado e morto no telhado da sua casa por um atirador furtivo durante um ataque noturno israelense nas primeiras horas da manhã de 12 de setembro. Trata-se da primeira morte de um funcionário da agência nos territórios palestinos ocupados em 10 anos", declarou Roland Friedrich, diretor da UNRWA para os Assuntos da Cisjordânia.
Jawwad, que deixa viúva e cinco filhos, trabalhava como funcionário de saneamento para a agência da ONU.
Já o exército israelense alegou que o homem atirou explosivos contra as tropas a partir de um telhado e que foi abatido pelos soldados, mas não disse se tratava-se de um miliciano nem apresentou provas do incidente.
A morte deste trabalhador humanitário ocorre na mesma semana em que um ataque israelense matou 18 pessoas que estavam abrigadas numa escola, em Nuseirat, na Faixa de Gaza.
Entre as vítimas estavam pelo menos seis funcionários da mesma agência da ONU, cuja morte foi condenada pela União Europeia, Estados Unidos e vários outros países, e pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, que pediu uma investigação independente e minuciosa que assegure a
responsabilização do incidente.
"Este incidente eleva o número de funcionários da UNRWA mortos em Gaza para 220", informou a nota divulgada ontem pelo porta-voz de Guterres.
As forças de Israelitas têm lançado foguetes e feito incursões em diferentes cidades e campos de refugiados no norte da Cisjordânia ocupada desde o final de agosto, numa operação contra as milícias palestinas na zona chamada "Campos de Verão".
Os ataques israelenses contra Tulkarem, Jenin e Tubas e os campos nos arredores, como Faraa, no sul de Tubas, já fizeram cerca de 50 mortos palestinos.
A maioria dos mortos era combatente, mas houve civis que perderam a vida, incluindo Ayed Abu al Hayja, de 62 anos, um idoso com deficiência intelectual, que foi baleado por soldados no dia 29 de agosto em Nur Shams, perto de Tulkarem.
O exército israelense também declarou hoje ter eliminado dez supostos combatentes durante as recentes incursões em Tulkarem, Nur Shams, Tubas, Tamun e Faraa.
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