ELEIÇÃO
EUA sancionam Conselho Eleitoral e do Supremo Tribunal da Venezuela
Entre os sancionados estão a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Caryslia Rodríguez, e o secretário-geral do CNE, Antonio José Meneses
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 12/09/2024 15:13
Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP |
O governo dos Estados Unidos anunciou que sancionaram hoje 16 funcionários venezuelanos, incluindo membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), do Supremo Tribunal de Justiça e da Assembleia Nacional, por terem proclamado "falsamente" a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.
"Em vez de respeitar a vontade do povo venezuelano expressa nas urnas, Maduro e os seus representantes reivindicaram falsamente a vitória enquanto reprimiam e intimidavam a oposição democrática numa tentativa ilegítima de se agarrarem ao poder", declarou Antony Blinken, Secretário de Estado norte-americano.
Entre os sancionados estão a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Caryslia Rodríguez, o secretário-geral do CNE, Antonio José Meneses, e o vice-presidente da Assembleia Nacional, Pedro Infante Aparicio.
O Departamento de Estado norte-americano avançou ainda que aplicará novas restrições de vistos aos aliados de Maduro que são acusados de impedir a votação e de reprimir os venezuelanos, mas sem adiantar os nomes. O Departamento de Estado também acrescentou que já identificou quase 2 mil pessoas que possivelmente enfrentam restrições de vistos devido a alegações de corrupção, minando a democracia ou violando os direitos humanos dos venezuelanos. O Tesouro norte-americano, por sua vez, sancionou mais de 140 funcionários venezuelanos atuais ou antigos.
As autoridades eleitorais venezuelanas declararam Maduro vencedor horas após o encerramento das urnas, mas, ao contrário de eleições anteriores, nunca divulgaram as atas e os resultados detalhados das votações para corroborar a sua decisão.
A condenação de boa parte da comunidade internacional da falta de transparência levou Maduro a pedir ao Supremo Tribunal, composto por membros do partido no poder, que auditasse os resultados. O tribunal reafirmou a sua vitória, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirmou que o seu candidato, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
Os especialistas da Organização das Nações Unidas e do Centro Carter, que, a convite do governo de Maduro, observaram as eleições, também determinaram que os resultados anunciados pelas autoridades eleitorais não possuíam credibilidade. A oposição venezuelana e diversos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que fossem apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE disse ser inviável devido a um ‘ciberataque’ de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, que registro de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.
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