GUERRA
União Europeia apoia ataques ucranianos em território russo
De acordo com porta-voz do grupo, o bloco europeu se mantém unido na ajuda à Kiev que, segundo o direito internacional, se defende da agressão russa
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 08/08/2024 16:04
Ambulância russa é abandonada na estrada após ser atacada na rodovia nos arredores da cidade de Sudzha (Foto: ANATOLIY ZHDANOV / KOMMERSANT PHOTO / AFP ) |
Nesta quinta-feira (08), a União Europeia (UE) defendeu que o direito da Ucrânia de se defender na guerra com a Rússia deve incluir incursões ofensivas no país.
Após a entrada de forças ucranianas apoiados por unidades mecanizadas na região de fronteira de Kursk, na última terça-feira, o porta-voz da UE para a Política Externa, Peter Stano, disse hoje que o bloco europeu se mantém unido na ajuda à Kiev que, segundo o direito internacional, se defende da agressão russa.
"A Ucrânia está travando uma guerra defensiva contra uma invasão ilegal e, no âmbito do seu direito de defesa, pode atacar o inimigo no seu território e no território inimigo", afirmou Stano.
Por outro lado, o exército da Rússia permanece tentando expulsar as tropas da Ucrânia em Kursk. "Os soldados continuam as suas ativas ações militares no distrito de Sudzha, tentando expulsar as tropas ucranianas. Tenho a certeza de que isso acontecerá nos próximos dias", relatou Andrei Belostotsky, vice-governador de Kursk.
Belostotsky estima que aproximadamente três mil civis tiveram que ser retirados da zona dos combates e protegidos por blindados e baterias antimísseis. A Ucrânia também havia anunciado a evacuação de seis mil pessoas de uma zona fronteiriça próxima à Kursk, comunicou o governador regional Volodimir Artiukh.
No entanto, nas redes sociais há afirmações, citadas pelas agências de noticias internacionais, de que forças ucranianas continuam a avançar e já assumiram o controle da parte ocidental da cidade de Sudzha. Já governador local, Alexei Smirnov, decretou estado de emergência na região para, segundo ele, aliviar as consequências da incursão das forças inimigas.
Já o chefe das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov, garantiu que o avanço em Sudzha foi travado. "A operação terminará com a derrota esmagadora do inimigo", prometeu em uma reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que considerou a maior incursão ucraniana em território russo desde o início da guerra como uma provocação em grande escala. “Dispararam indiscriminadamente vários tipos de armas, incluindo foguetes, contra edifícios civis, casas e ambulâncias. Uma reunião com os serviços de segurança discutirá uma resposta”, acrescentou Putin.
“A incursão ucraniana é uma consequência da agressão russa contra a Ucrânia. A causa profunda de qualquer escalada, de qualquer bombardeio, de qualquer ação militar, incluindo nas regiões russas de Kursk e Belgorod, é unicamente a agressão inequívoca da Rússia e a sua invasão da Ucrânia, que já dura há mais de dois anos”, argumentou Mykhailo Podoliak, conselheiro da administração presidencial ucraniana.
Já a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, classificou esta incursão como bárbara. “Apelo que à comunidade internacional para que não fique parada e condene resolutamente as ações criminosas do regime de Kiev”, declarou.
Como resultado dos ataques na localidade, que não foram reivindicados por Kiev, cinco civis morreram e outros 31 ficaram feridos, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde russo.
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