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ELEIÇÃO

UE diz que não reconhece Maduro como presidente da Venezuela

Bloco europeu não reconhecerá Nicolás Maduro como presidente da Venezuela até que as atas eleitorais sejam divulgadas e verificadas

Publicado em: 23/08/2024 14:22

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Foto: STRINGER / AFP
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Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Foto: STRINGER / AFP )
Nesta sexta-feira (23), o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borell, anunciou que o bloco europeu não reconhecerá Nicolás Maduro como presidente da Venezuela até que as atas eleitorais sejam divulgadas e verificadas.
 
"Enquanto não virmos um resultado que possa ser verificado, não o vamos reconhecer. Todos devem poder verificar qual é o resultado de uma eleição. Entretanto, isso ainda não aconteceu na Venezuela, e praticamente perdemos a esperança que aconteça", declarou o chefe da diplomacia da UE, um dia após o Supremo Tribunal de Justiça venezuelano ter ratificado Maduro como presidente do país.
 
Borrell também acrescentou que os países membros da UE estão nesse momento buscando estabelecer uma posição sobre essa questão e, se não for fundamentada hoje  será posteriormente anunciada no Conselho dos Ministros dos Negócios Estrangeiros na próxima semana.
 
"Mas, continuamos a dizer que devemos comprovar esse resultado eleitoral e, de momento, não vimos alguma prova. Ninguém viu as atas eleitorais. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) deveria mostrá-las para demonstrar qual é o resultado e enquanto nós não virmos um resultado que possa ser verificado, não o vamos reconhecer", enfatizou Borrell.
 
O Supremo Tribunal da Venezuela validou na quinta-feira (23) os resultados das eleições presidenciais no país, divulgados pelo CNE, que atestou a reeleição de Nicolás Maduro. A Câmara Eleitoral do TSJ certificou "sem objeções" os resultados do CNE.

A oposição e boa parte da comunidade internacional rejeitam o resultado e de
nunciaram fraude eleitoral, além de exigirem a divulgação das atas para uma verificação independente. O CNE alegou ser inviável devido a um "ciberataque" de que foi alvo.
 
A Venezuela realizou eleições presidenciais no dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu à vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos. A oposição publicou registros de votação online de 80% das cabines de voto, mostrando a vitória de Urrutia. 
 
Desde então, os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registro de mais de 2.200 detenções, 25 mortos, 192 feridos e inúmeros desaparecidos.

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