ORIENTE MÉDIO
Teerã recusa apelos do Ocidente para não lançar ataques contra Israel
Para tentar evitar uma escalada das tensões no Oriente Médio, os Estados Unidos e os aliados europeus pediram contenção ao governo iraniano das suas ameaças
Publicado em: 13/08/2024 19:26 | Atualizado em: 13/08/2024 22:17
Nasser Kanani, porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores (foto: Photo by ATTA KENARE / AFP) |
O Irã recusou hoje os apelos dos países ocidentais para renunciar às ameaças de retaliação contra Israel pela morte do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em sua capital, que atribui a Tel Aviv. "A República Islâmica está determinada a defender a sua soberania e não vai pedir autorização a ninguém para utilizar os seus direitos legítimos", afirmou Nasser Kanani, porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores.
Para tentar evitar uma escalada das tensões no Oriente Médio, os Estados Unidos e os aliados europeus, França, Itália, Alemanha e Reino Unido, pediram na segunda-feira (12) contenção ao governo iraniano das suas ameaças. “Expressamos apoio pela defesa de Israel contra a agressão iraniana e contra ataques dos grupos terroristas apoiados pelo Irã. Todas as partes devem cumprir as suas responsabilidades", defenderam.
Washington ainda avisou que provavelmente ainda nesta semana Teerã deve fazer uma significativa contraofensiva militar em conjunto com seus aliados.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também pediu ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e ao presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, máxima contenção para evitar uma escalada na região.
“A declaração da França, Alemanha e do Reino Unido, que não levantou objeções aos crimes internacionais do regime sionista, pede descaradamente ao Irã que não tome nenhuma ação dissuasiva contra um regime que violou a sua soberania e integridade territorial. O pedido desses países carece de lógica, contradiz totalmente aos princípios e regras do Direito Internacional e constitui um apoio a Israel. Que os países ocidentais se levantem de uma vez por todas contra a guerra em Gaza. A inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas e o amplo apoio político e militar dos governos ocidentais ao regime sionista são os principais fatores para a expansão regional da crise de Gaza" reagiu Kanaani.
Segundo fontes iranianas, que não se identificaram, somente um cessar-fogo entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza poderia fazer Teerã adiar um ataque direto contra Tel Aviv pela morte de Haniyeh. Mas, caso o acordo das negociações fracassem, as fontes acrescentaram que o Irã e o Hezbollah pretendem lançar um ataque direto aos israelitas.
Na próxima quinta-feira está prevista uma rodada de negociações entre os mediadores e as delegações do Hamas e de Israel. A Casa Branca declarou que continua otimista de que as negociações de cessar-fogo serão retomadas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já confirmou a participação de seus representantes. De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Vedant Patel, os parceiros do Catar afirmaram que estão trabalhando para garantir que haja também a representação do Hamas. “Um cessar-fogo permitiria a libertação de reféns, a entrega de ajuda humanitária e uma nova diplomacia para tirar a região deste ciclo interminável de violência”, disse Patel.
Enquanto isso, os EUA já enviaram um submarino com mísseis guiados e um porta-aviões para a região após a recente escalada no conflito, num reforço da sua posição e das capacidades das forças militares norte-americanas em todo o Oriente Médio.
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