AMÉRICA LATINA
Sobe para 2.229 o número de detidos na Venezuela
Entre os detidos, classificados por Nicolás Maduro como "terroristas", estão 13 jornalistas
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 07/08/2024 12:00 | Atualizado em: 07/08/2024 12:09
Oponentes do presidente venezuelano Nicolás Maduro participam de uma manifestação convocada pela líder da oposição Maria Corina Machado por causa dos resultados contestados das eleições presidenciais (Foto: FEDERICO PARRA / AFP ) |
O presidente venezuelano reeleito Nicolás Maduro revelou que o governo deteve 2.229 pessoas, a quem classificou de ‘terroristas’. Entre os detidos, estão 13 jornalistas.
“Já há 2.229 terroristas capturados, com provas, e no sábado serão transferidos para Tocorón e Tocuyito. Tocorón e Tocuyito estão prontos para os terroristas, para os criminosos e para deter "todas as gangues da nova geração que estão envolvidos nos protestos violentos", declarou Maduro num discurso na televisão estatal, se referindo as duas penitenciárias.
O presidente reeleito ainda acusou os detidos de atacarem e assassinarem pessoas, queimarem hospitais, escolas e universidades, além de esquadras policiais, prédios públicos e sedes do partido no poder. Segundo o governo venezuelano, 59 agentes da polícia e 47 membros das forças armadas ficaram feridos, enquanto dois militares morreram. O regime também criou uma linha telefônica para receber denúncias de "crimes de ódio" contra Maduro.
Por sua vez, nas redes sociais continua a publicação de vídeos com inúmeras prisões arbitrárias, onde casas foram arrombadas pelas forças de segurança, dentre elas, a da coordenadora regional de campanha da oposição, María Oropeza, no estado de Portuguesa. Oropeza delatou por meio de um vídeo, o grupo de homens, alguns encapuzados, arrombando a porta da sua residência. A detenção foi feita sem mostrar uma ordem judicial de prisão. "Eu não fiz nada de errado", se defendeu a coordenadora durante a transmissão.
Até o momento, aproximadamente 24 civis, de acordo com a ONG Provea, morreram durante os protestos pós-eleições presidenciais, que contestam a reeleição de Maduro, consideradas fraudulentas.
Diversas organizações de direitos humanos criticam o clima de forte repressão no país e violações dos direitos humanos contra os manifestantes detidos.
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