ELEIÇÃO
Parlamento da Tailândia elege nova primeira-ministra
Paetongtarn Shinawatra é a líder do partido no poder, o Pheu Thai, mas não foi eleita deputada, tendo obtido a maioria dos votos no parlamento
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 16/08/2024 17:02
A nova primeira-ministra da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra (Foto: Chanakarn Laosarakham / AFP ) |
O parlamento da Tailândia elegeu hoje Paetongtarn Shinawatra, a filha mais nova do antigo líder Thaksin Shinawatra, como primeira-ministra. A nomeação foi confirmada por 319 votos a favor, 145 contra e 27 abstenções.
Paetongtarn é a segunda mulher e a líder mais jovem, com 37 anos, a assumir o cargo. Além de ser também a terceira pessoa da família Shinawatra que ocupa o poder no país asiático, após o pai te sido deposto em 2006 por um golpe de Estado, e da tia Yingluck Shinawatra, que agora vive no exílio.
Paetongtarn é a líder do partido no poder, o Pheu Thai, mas não foi eleita deputada, tendo obtido a maioria dos votos no parlamento.
Já Thaksin foi o primeiro político tailandês a obter uma maioria absoluta e é considerado como o líder de fato do Pheu Thai. Sua popularidade e influência foi determinante ao apoio político e nomeação de sua filha. “Sou a filha do meu pai, sempre e para sempre, mas tomo as minhas próprias decisões”, alegou Paetongtarn.
A eleição de Paetongtarn acontece dois dias depois da destituição do primeiro-ministro, Srettha Thavisin, na quarta-feira, que ficou menos de um ano no cargo. O Tribunal Constitucional o considerou culpado de uma grave infração ética, ao nomear um membro do Governo que esteve detido por alegada tentativa de suborno.
Esta foi à segunda decisão importante no espaço de apenas uma semana que abalou a política tailandesa. Na semana passada, o mesmo tribunal dissolveu o partido progressista Move Forward, que venceu as eleições gerais em 2023, mas foi impedido de tomar o poder. Entretanto, o partido se reagrupou e agora se chama People's Party.
O Pheu Thai e os antecessores venceram todas as eleições gerais desde 2001, com políticas populistas que prometiam solucionar os problemas econômicos e promover a igualdade de rendimentos, até perderem para o reformista Move Forward em 2023.
No entanto, o Pheu Thai teve a oportunidade de formar um governo, após o Move Forward ter sido impedido de governar pelo anterior Senado, órgão nomeado pelos militares. O Move Forward foi excluído da coligação pelo Pheu Thai, que se juntou aos partidos ligados ao governo militar que o depôs no golpe de Estado.
A medida geou críticas de alguns dos apoiadores, mas os responsáveis do partido afirmam que a coaligação era necessária para quebrar o impasse e iniciar a reconciliação, pondo fim a décadas de profundas divisões políticas no país.
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