RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Maduro propõe a EUA 'retomar o diálogo' sobre Venezuela

''Sempre dialoguei'', publicou Maduro na rede social X. ''Se o governo dos Estados Unidos está disposto a respeitar a soberania e deixar de ameaçar a Venezuela, podemos retomar o diálogo'', acrescentou
Por: AFP

Publicado em: 02/08/2024 07:31

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs nesta quinta-feira (1º) ''retomar" negociações com os Estados Unidos (Crédito: Federico PARRA / AFP)
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs nesta quinta-feira (1º) ''retomar" negociações com os Estados Unidos (Crédito: Federico PARRA / AFP)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs nesta quinta-feira (1º) "retomar" negociações com os Estados Unidos, país que não reconheceu sua reeleição e apoia as denúncias de fraude da oposição.

 

"Sempre dialoguei", publicou Maduro na rede social X. "Se o governo dos Estados Unidos está disposto a respeitar a soberania e deixar de ameaçar a Venezuela, podemos retomar o diálogo", acrescentou.

 

O mandatário socialista, no entanto, condicionou possíveis contatos ao "cumprimento" do memorando de entendimento firmado em setembro do ano passado em negociações diretas entre Caracas e Washington no Catar, em paralelo a um processo de diálogo entre o chavismo e a oposição em Barbados sobre um roteiro para as eleições presidenciais.

 

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse em comunicado, nesta quinta, que há "evidência abundante" do triunfo do candidato opositor Edmundo González Urrutia, que concorreu devido à inabilitação política da ex-deputada María Corina Machado.

 

Passada a meia-noite de domingo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro como presidente reeleito para um terceiro mandato de seis anos, com 51% dos votos contra 44% de seu principal adversário.

 

A oposição sustenta que possui cópias de mais de 80% das atas de urna e que González Urrutia obteve 67% dos votos.

 

Maduro compartilhou uma cópia do memorando de entendimento do Catar.

 

"Após a realização de eleições presidenciais e a posse do presidente devidamente eleito, os Estados Unidos desbloqueiam os ativos do governo venezuelano atualmente congelados" e "levantam todas as sanções", indica o documento.

 

A Casa Branca manifestou disposição para revisar suas sanções contra a Venezuela, que incluem um embargo ao petróleo, ao gás e ao ouro do país sul-americano, se houvesse "eleições livres".

 

Após as denúncias de fraude da oposição, protestos têm ocorrido desde a segunda-feira, nos quais pelos menos 11 pessoas morreram, segundo organizações de defesa dos diretos humanos, além de mil prisões.

 

Maduro responsabiliza María Corina e González Urrutia pela violência e, na terça-feira, disse que eles deveriam "estar atrás das grades".