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GUERRA

Israel se prepara para um ataque iminente do Irã e seus aliados

Planos foram aprovados após o ressurgimento recente de receios de uma ofensiva iminente de Teerã e aliados contra o país

Publicado em: 12/08/2024 15:30

 (Foto: Ahmad Gharabli/AFP
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Foto: Ahmad Gharabli/AFP
Segundo o exército israelense foi aprovada nesta segunda-feira os planos para diferentes frentes no caso da probabilidade de um ataque do Irã e do grupo xiita libanês Hezbollah, após nas últimas horas terem ressurgido receios de uma ofensiva iminente de Teerã e aliados contra Israel. Além disso, a força aérea israelense decidiu suspender viagens ao estrangeiro dos seus militares.
 
Israel confirmou que o chefe das Forças Armadas, Herzi Halevi, se reuniu com o alto escalão militar para discutir a situação. "O chefe do Estado-Maior destacou a manutenção de um elevado nível de alerta e os esforços de preparação tanto para a ofensiva como para a defesa", diz o comunicado do exército.
 
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, também afirmou que as suas forças estão em estado de vigilância e preparação para a perspectiva e o possível ataque de retaliação devido à morte do líder político do Hamas, Ismail  Haniyeh, há quase duas semanas na capital iraniana, e do líder militar do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute.  “As capacidades defensivas do país foram reforçadas nos últimos dias, mas também as suas capacidades ofensivas”, assegurou Gallant.
 
Por outro lado, o governo do Líbano indicou que começou a instalação de abrigos em vários pontos do país na expectativa de uma potencial expansão do conflito com Israel, tentando obter financiamento para possíveis deslocações em massa de população, com elevados custos monetários. “Estamos trabalhando para garantir o financiamento mínimo de assuntos básicos e a nossa estimativa é que no caso de um deslocamento semelhante ao de 2006, que significa cerca de um milhão de libaneses, necessitamos de 100 milhões de dólares por mês”, disse Nasser Yassin, ministro libanês do Meio Ambiente.
 
No final de uma reunião com os governadores das províncias do país, Yassin explicou ser necessário pedir apoio a organizações internacionais e dispor de linhas de crédito que possam ser utilizadas.
 
Para alguns analistas, uma guerra regional no Oriente Médio pode estar iminente e preocupa a comunidade internacional, uma vez que deve afetar a vida de milhares de pessoas da região, além de poder causar em efeito dominó de inflação e desemprego no mundo.
 
Na busca de evitar que a situação se agrave o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, enviou um submarino com mísseis para a região como forma de aviso. Os EUA já afirmaram que vão responder se os iranianos decidirem avançar.
 
Já a morte de Haniyeh não foi reivindicada por Tel Aviv, no entanto Teerã declarou que tinha “o direito legal de punir” Israel porque o atentado foi cometido no seu território.
 
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, ainda acusa a inação da ONU e do Ocidente, principalmente os EUA, de encorajar os crimes cometidos por Israel através do “silêncio” bem como da “indiferença e apoio”.
 
Pezeshkian em uma conversa hoje com o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, também pediu mais ação do Vaticano no fim das ações israelenses, assim como no fornecimento de ajuda humanitária.
 
Parolin expressou ao líder iraniano preocupação com a situação no Oriente Médio e defendeu a necessidade de evitar que o conflito se alastre, além de reiterar a necessidade de evitar qualquer modo o alastramento do gravíssimo conflito em curso e preferindo, ao invés, o diálogo, a negociação e a paz.
 
O Papa Francisco já fez vários apelos para evitar a escalada do conflito e para um cessar-fogo imediato em todas as frentes.  “Os ataques, incluindo os ataques seletivos, e os assassinatos nunca podem ser uma solução e não ajudam a percorrer o caminho da justiça e da paz e geram mais ódio e vingança”, pontuou disse o Papa.
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