GUERRA
Hezbollah promete retaliação a Israel e países muçulmanos pedem vingança
Chefe militar do grupo xiita libanês, Fouad Shukr, foi morto perto da capital Beirute
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 01/08/2024 17:14
Foto: Anwar Amro/AFP/Getty Images |
Nesta quinta-feira, o líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, garantiu que Israel deve esperar uma resposta inevitável, depois da morte do seu chefe militar, Fouad Shukr, perto da capital Beirute.
"O inimigo deve esperar de nós uma resposta incontornável. Israel não sabe quais são as linhas vermelhas que ultrapassou, ao atacar Beirute e Teerã”, afirmou Nasrallah em um discurso pela televisão durante o funeral de Shukr.
Para Nasrallah, o conflito com Israel também entrou numa nova fase, sendo diferente do período anterior. "Esperam que Ismail Haniyeh seja morto no Irã e que o Irã permaneça em silêncio? Riam um pouco e vão chorar muito. Israel terá de esperar pela ira do povo honrado da região", disse.
Nasrallah mais uma vez negou que o Hezbollah tenha efetuado o ataque mortal no campo de futebol da cidade de Majdal Shams, de maioria drusa, nos montes Golã sírios ocupados por Israel. "Temos a coragem de assumir a responsabilidade pelo local onde atacamos, mesmo que seja um erro. Se cometêssemos um erro, admitiríamos e pediríamos desculpa", reiterou, acrescentando que o inimigo se fez juiz, júri e carrasco sem qualquer prova.
Enquanto isso, autoridades iranianas se reuniram também hoje com representantes do Hezbollah e dos rebeldes Houthis, do Iêmen, para coordenar a retaliação contra o governo de Tel Aviv. Além disso, em vários países muçulmanos decorrem inúmeras manifestações com apelos à vingança pelas mortes de Shukr e do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh. Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país está num patamar muito elevado de preparação para qualquer cenário. "Israel está num nível muito elevado de preparação para qualquer cenário, tanto defensivo como ofensivo. Faremos pagar um preço muito elevado por qualquer ato de agressão contra nós, venha de onde vier", assegurou.
Israel, entretanto, não comentou ou assumiu a morte de Haniyeh, mas havia prometido matá-lo assim como a outros líderes do Hamas após o ataque do grupo em 7 de outubro.
Durante uma reunião ainda com o Comando Interna do Exército, o líder israelense comemorou a confirmação, hoje, da morte de Mohamed Deif, o número dois do Hamas em Gaza e chefe do braço armado do grupo, as Brigadas al-Qasam. "Foi o homem mais procurado por Israel durante muitos anos", indicou Netanyahu, que, segundo o governo israelense era considerado o cérebro, juntamente com o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, dos atentados de 07 de outubro.
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