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GUERRA

Hamas quer plano de Biden para cessar-fogo e refuta mais negociações

Na semana passada, após apelos e pressões de ultimatos dos mediadores, o governo israelense aceitou retomar as negociações indiretas

Publicado em: 12/08/2024 17:27

 (Foto: AFP/Arquivo)
Foto: AFP/Arquivo
Em um comunicado, o Hamas determinou aos Estados Unidos, Egito e Catar, países  mediadores nas conversações sobre o cessar-fogo na Faixa de Gaza, que apliquem o plano proposto em maio pelo presidente norte-americano, Joe Biden, para uma trégua no enclave, ao invés de realizar mais negociações.
 
“O Hamas exige que os mediadores apresentem um roteiro para implementar o que propuseram, e que o grupo a aceitou no dia 2 de julho, com base na visão de Biden e na resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, obrigar a ocupação a cumprir, em vez de passar por mais rodadas de negociação ou novas propostas”, diz a nota do grupo.
 
Na semana passada, após apelos e pressões de ultimatos dos mediadores, o governo israelense aceitou retomar as negociações indiretas.  
 
No final de maio, Biden revelou um plano de cessar-fogo e troca dos restantes reféns que se deveria realizar em três fases. A primeira incluía um cessar-fogo total e completo de seis semanas, durante o qual as forças israelenses se retirariam de todas as áreas habitadas de Gaza. O Hamas libertaria mais reféns, incluindo mulheres, idosos e feridos, em troca da libertação de centenas de presos palestinos. Na segunda fase, Israel sairia completamente do enclave em troca dos restantes reféns, incluindo soldados, enquanto a terceira fase, com o fim permanente das hostilidades, implicaria na reconstrução de Gaza.
 
No entanto, Tel Aviv nunca chegou a aprovar o plano, além de que alguns ministros da extrema-direita do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu consideraram um “acordo de rendição”. Netanyahu também insiste na derrota completa e absoluta do Hamas. 
 
Mas, os EUA, França, Reino Unido, Alemanha e Itália apelaram hoje em conjunto a Tel Aviv e ao Hamas para concluírem rapidamente um acordo de cessar-fogo em Gaza, instando ainda o Irã a não atacar Israel. “Expressamos o nosso total apoio aos esforços em curso para reduzir as tensões e alcançar um acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns em Gaza. Que as delegações de Israel e do Hamas retomem as conversações ainda esta semana, com o objetivo de concluir o acordo o mais rapidamente possível. Sublinhamos que não há mais tempo a perder. Todas as partes devem cumprir as suas responsabilidades”, enfatizaram os líderes dos países, depois de o Hamas ter anunciado que não participaria na próxima reunião, agendada para quinta-feira no Cairo ou em Doha.
 
As duas partes do conflito já efetuaram diversas rondadas de negociações indiretas que têm falhado. Por enquanto, a única exceção foi o acordo que permitiu um cessar-fogo de uma semana no final de novembro, que levou à libertação de dezenas de reféns que foram capturados no ataque de 7 de outubro.
 
Já Teerã reagiu ao apelo, no qual o presidente iraniano, Massud Pezeshkian, reafirmou hoje que o seu país tem o “direito de responder” a qualquer agressão de que seja alvo. “Embora enfatize a resolução de questões através da negociação, o Irã nunca cederá à pressão, às sanções e à coerção, mas considera que tem o direito de responder aos agressores de acordo com os padrões internacionais”, disse. 
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