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VENEZUELA

EUA alerta Maduro sobre riscos de detenção dos seus opositores

Aviso da diplomacia dos EUA foi um alerta em referência a Maria Corina Machado e Edmundo Gonzalez Urrutia, que correm o risco de serem detidos

Publicado em: 08/08/2024 17:42 | Atualizado em: 08/08/2024 17:47

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Foto: YURI CORTEZ / AFP
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Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Foto: YURI CORTEZ / AFP )
A diplomacia norte-americana avisou hoje o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que corre o risco de unir a comunidade internacional contra si se as autoridades detiverem os líderes da oposição.
 
O embaixador dos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos (OEA), Francisco Mora, declarou que se o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenar deter a líder da oposição Maria Corina Machado ou o candidato presidencial, Edmundo Gonzalez Urrutia, seria um passo que pode mobilizar ainda mais a comunidade internacional, incluindo os países que não querem se envolver em ações contra o governo da Venezuela.
 
"Se Maduro fizer isto, unirá a comunidade internacional de um modo que ele não tem ideia e os seus esforços para dividi-la e fraturá-la terão falhado completamente", assegurou o embaixador norte-americano.
 
O aviso da diplomacia dos EUA foi um alerta em referência a Urrutia e Machado porque ambos correm o risco de serem detidos, uma vez que autoridades do país acusam os dois opositores pela onda de protestos da população pela contestação dos resultados eleitorais para presidente e também pela abertura do inquérito contra eles por, entre outras coisas, "incitamento à insurreição".
 
A reeleição de Maduro foi proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado por Maduro. Mas, de acordo com a oposição, que publicou as atas obtidas graças aos seus fiscais e observadores, cuja validação é rejeitada por Nicolás Maduro, Edmundo Urrutia venceu a votação.
 
Os Estados Unidos acreditam, assim como outros países, que a oposição ganhou, entretanto até agora não tomou medidas contra o governo venezuelano e aguardam, segundo Francisco Mora, que o Brasil, Colômbia e México, líderes nos esforços diplomáticos, encontrem uma solução.
 
Em contrapartida, hoje o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, acusou o Centro Carter, que participou como observador nas eleições presidenciais, de apoiar um "golpe de Estado", após a entidade ter afirmado que ao analisar os dados confirmou que o vencedor foi González Urrutia e não Maduro, como anunciou o CNE. "É uma pena colocar esta instituição no plano golpista, apoiando a execução dos crimes eleitorais mais flagrantes que vimos na era republicana da Venezuela, cometidos pelas hordas fascistas", comentou o chanceler.
 
O Conselho Nacional Eleitoral atribuiu à vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição garante que o seu candidato, o ex-diplomata obteve quase 70% dos votos.
 
A oposição da Venezuela e vários países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que fossem apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE argumentou ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
 
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registro de prisões arbitrárias sem ordem judicial, como o da coordenadora regional de campanha da oposição, María Oropeza, além de mais de duas mil detenções, incluindo 13 jornalistas, dezenas de feridos e pelo menos 24 mortos. Já Maduro classificou os detidos de ‘terroristas’. 
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