IRÃ
Teerã nega planos de assassinar Donald Trump
"Tais alegações têm motivos e objetivos políticos maliciosos", declarou Nasser Kanani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano.
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 17/07/2024 11:30
Nasser Kanani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano (Foto: ATTA KENARE / AFP) |
Nesta quarta-feira, o governo do Irã rejeitou planos para assassinar o ex-presidente norte-americano e candidato republicano, Donald Trump, semanas antes do ataque que ocorreu no último sábado, como acusaram os serviços secretos dos Estados Unidos.
"Rejeitamos veementemente qualquer envolvimento no recente ataque armado contra Trump ou alegações de que o Irã tinha planos para realizar uma ação semelhante. Tais
alegações têm motivos e objetivos políticos maliciosos", declarou Nasser Kanani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano.
Mas, Kanani também disse que Teerã quer tomar medidas legais contra Trump pelo papel direto que teve no homicídio, em Bagdá, em 2020, do general iraniano Qasem Soleimani, comandante das forças Al Quds, grupo de elite da Guarda Revolucionária Iraniana.
Além disso, a missão do Irã junto da Organização das Nações Unidas, única via oficial iraniana com Washington, uma vez que não existem relações diplomáticas entre os dois países, já havia negado as acusações norte-americanas, classificado-as como infundadas e maliciosas.
Uma fonte não identificada da Segurança Nacional dos EUA revelou ainda à agência de notícias espanhola EFE que quando foi detectado o plano iraniano, há semanas, a Casa Branca alertou os responsáveis pela campanha de Trump e os serviços secretos para o aumento do perigo iminente, tendo este tomado medidas adicionais para proteger o ex-presidente.
Já a imprensa dos EUA informou que os Serviços Secretos dos EUA reforçaram a segurança em torno Trump após tomarem conhecimento da conspiração de Teerã para o matarem, apesar deste plano não estar relacionado ao recente atentado de que ele foi alvo no comício de Butler, na Pensilvânia, quando Thomas Matthew Crooks abriu fogo contra o ex-presidente, que deixou-o ferido e matou um participante.
O Conselho de Segurança dos EUA ainda garantiu que monitora as ameaças iranianas contra todos os ex-membros da administração Trump há anos, uma vez que Teerã prometeu vingança pela morte de Soleimani. “Consideramos isto uma questão de segurança interna e nacional da mais elevada prioridade. Mas, a investigação ao atentado contra Trump, no sábado passado, não identificou quaisquer ligações entre o atirador e algum cúmplice ou co-conspirador que fosse, quer estrangeiro, quer nacional”, afirmou a porta-voz Adrienne Watson.
O porta-voz dos Serviços Secretos dos EUA, Anthony Guglielmi, acrescentou que eles e outras agências estavam constantemente recebendo informações sobre novas potenciais ameaças e adotando medidas para ajustar os seus recursos de acordo com o necessário.
“Não podemos fazer comentários acerca de qualquer corrente de ameaças em concreto, a não ser para dizer que os Serviços Secretos tomam as ameaças muito a sério e reagem em conformidade”, apontou Guglielmi.
A notícia acontece num momento em que o Serviço Secreto está sob intenso escrutínio devido ao atentado de Butler, com interrogações sobre como é que um atirador armado pôde alvejar Trump a partir de um telhado a céu aberto, e visível, a cerca de 150 metros de distância do ex-líder dos EUA. O presidente dos Estados Unidos Joe Biden ordenou um inquérito independente de como a agência conduziu o incidente.
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