ESTADOS UNIDOS
Serviço Secreto dos EUA admite fracasso na proteção de Trump no atentado
No tiroteio, o candidato republicano ficou ferido numa orelha e um dos participantes no comício do partido morreu
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 22/07/2024 14:52
Foto: Rebecca Droke/AFP (Donald Trump foi ferido durante comício na Pensilvânia) |
Nesta segunda-feira, em depoimento ao Congresso dos Estados Unidos, a diretora dos Serviços Secretos norte-americano, Kimberly Cheatle, assumiu que a agência falhou na proteção do ex-presidente Donald Trump, no atentado que aconteceu recentemente na Pensilvânia. No tiroteio, o candidato republicano ficou ferido numa orelha e um dos participantes no comício do partido morreu.
“A tentativa de assassinato do ex-presidente é o fracasso operacional mais significativo dos Serviços Secretos nas últimas décadas. A missão dos Serviços Secretos é proteger os líderes da nossa nação. No dia 13 de julho, falhamos. Como diretora dos Serviços Secretos dos Estados Unidos, assumo total responsabilidade por qualquer lapso de segurança da nossa agência. Estamos cooperando totalmente com as investigações em curso”, declarou Cheatle na audiência, que vem sendo pressionada nos últimos dias a apresentar a sua demissão.
O presidente do Congresso dos EUA, o republicano Mike Johnson, e o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, já apelaram pela sua exoneração. “Os Serviços Secretos têm milhares de funcionários e um orçamento significativo. Mas se tornaram agora no rosto da incompetência”, indicou o republicano James Corner. Por sua vez, o congressista democrata Gerry Connolly considerou que este tipo de incidentes inaceitáveis só demonstra que o país está cada vez mais polarizado e com tensões políticas muito elevadas.
Os congressistas republicanos questionaram ainda à diretora durante a audiência se os Serviços Secretos teriam negado a mobilização de recursos suficientes para garantir a proteção de Donald Trump, no entanto Cheatle assegurou que o dispositivo de segurança exigido pela campanha do candidato ao redor do ex-presidente tinha sido reforçado antes do ataque a tiros. “O nível de segurança proporcionado ao ex-presidente aumentou bastante antes da campanha e tem crescido de forma consistente, à medida que as ameaças vão evoluindo”, afirmou.
Mas, a diretora da agência responsável não quis responder a questões específicas sobre o plano de segurança delineado, avançando que o assunto está sendo alvo de uma investigação interna.
No tiroteio no comício em Butler, na Pensilvânia, o atirador foi neutralizado logo depois pelos serviços de segurança no local. Cheatle disse que estava “orgulhosa” pela abnegação com que os agentes agiram no tiroteio. “Como foi possível testemunhar em 13 de julho, os nossos agentes protegeram Donald Trump com os seus próprios corpos no púlpito, enquanto tiros eram disparados, altruisticamente dispostos a fazer o sacrifício definitivo sem qualquer hesitação”, destacou.
A audiência de Kimberly Cheatle é a primeira de uma rodada no Congresso com os responsáveis pela segurança dos EUA sobre a tentativa de assassinato de Trump. Na quarta-feira, será a vez do representante da polícia federal norte-americana, com o diretor do FBI, Christopher Wray.
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