FAIXA DE GAZA
Peritos concluem que Israel promove fome intencional em Gaza
A OMS comunicou que 60 casos de desnutrição aguda grave foram detectados na semana passada no Hospital Pediátrico Kamal Adwan
Publicado em: 11/07/2024 18:41
Os peritos, incluindo o relator especial das Nações Unidas para o direito à alimentação, Michael Fakhri, disseram ser inegável que há fome no enclave (foto: Eyad BABA / AFP) |
Um grupo de dez peritos independentes a serviço da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou o governo de Israel de conduzir uma campanha de fome intencional e direcionada. “Uma forma de violência genocida que resultou na morte de crianças na Faixa de Gaza”, afirmam.
Os peritos, incluindo o relator especial das Nações Unidas para o direito à alimentação, Michael Fakhri, disseram ser inegável que há fome no enclave. “Trinta e quatro palestinos morreram de subnutrição desde 7 de outubro, sendo a maioria crianças”, afirmaram os peritos, nomeados pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU, mas que não falam em nome da organização.
Israel reagiu e respondeu com acusações ao grupo de peritos. “O sr. Fakhri e muitos dos chamados ‘peritos’ que a ele se juntaram estão tão habituados a espalhar desinformação, como a apoiar a propaganda do Hamas e a proteger a organização terrorista do escrutínio”, declarou em Genebra a missão de Israel na ONU.
Mas, a Organização Mundial de Saúde comunicou que 60 casos de desnutrição aguda grave foram detectados na semana passada no Hospital Pediátrico Kamal Adwan, no norte do enclave. Já Israel alega que aumentou a coordenação e a assistência para a assistência humanitária chegar à população palestina. “O problema é que o Hamas rouba e esconde intencionalmente a ajuda dos civis”, argumentou o governo israelense.
Por outro lado, o Hamas acusou o governo de Israel de prosseguir com a sua política de fome ao impedir a entrada de caminhões de ajuda alimentar pelo 64º dia consecutivo, que ameaça causar uma catástrofe humana e a perda de mais crianças inocentes.
Enquanto isso continua os intensos combates na Cidade de Gaza e milhares de civis foram forçados a sair da devastada região. O Gabinete de Direitos Humanos da ONU declarou estar “chocado” com as novas ordens dadas aos civis para se deslocarem para áreas onde decorrem operações militares. O Gabinete criticou as ordens de retirada das Forças Armadas israelitas, as quais obrigaram os palestinos a fugir para áreas no oeste e no sul da Cidade de Gaza, que também são alvos de ataques e onde “civis estão sendo mortos”, segundo a agência.
Os esforços diplomáticos estão sendo retomados hoje com uma nova rodada de negociações no Catar, e que incluem a presença dos chefes da CIA e da Mossad, William Burns e David Barnea, respectivamente.
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