GUERRA

ONU acusa Rússia de crimes de guerra

Bombardeios russos à Ucrânia deixaram pelo menos 38 pessoas, incluindo quatro crianças, mortas e 190 feridas

Publicado em: 09/07/2024 16:32

Rússia foi duramente criticada por conduzir ataques sistemáticos às instalações médicas ucranianas (Foto: Pixabay)
Rússia foi duramente criticada por conduzir ataques sistemáticos às instalações médicas ucranianas (Foto: Pixabay)
Na reunião de emergência convocada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, após a série de bombardeios russos à Ucrânia que mataram dezenas de civis, a Rússia foi duramente criticada por conduzir ataques sistemáticos às instalações médicas ucranianas. 
 
“Dirigir ataques intencionalmente contra um hospital protegido é um crime de guerra e os perpetradores devem ser responsabilizados”, afirmou na reunião Joyce Msuya, subsecretária interina para assuntos humanitários da ONU, destacando que estes incidentes fazem parte de um padrão profundamente preocupante de ataques sistêmicos que prejudicam os cuidados de saúde e outras infraestruturas civis em toda a Ucrânia. 
 
As autoridades ucranianas relataram que pelo menos 38 pessoas em toda a Ucrânia foram mortas, incluindo quatro crianças, e 190 ficaram feridas após quase 40 mísseis terem atingindo várias cidades do país na segunda-feira, danificando, entre outras infraestruturas, um hospital pediátrico em Kiev, o maior do país. O Ministério do Interior disse que a ofensiva ao hospital causou duas mortes, 32 pessoas feridas e oito crianças foram hospitalizadas. “No momento do ataque, 627 crianças estavam no hospital”, acrescentaram as autoridades militares de Kiev.
 
“As equipes de socorro encontraram crianças em tratamento oncológico deitadas em camas de hospital instaladas às pressas em parques e calçadas depois de terem sido retiradas das instalações”, denunciou Msuya.
 
O enviado do governo de Kiev à ONU, Sergiy Kyslytsya, acusou Moscou de alvejar deliberadamente talvez o grupo mais vulnerável e indefeso de qualquer sociedade, mostrando inclusive aos membros do conselho o que ele afirmou ser uma prova de que um míssil de cruzeiro russo teve como alvo o hospital pediátrico. 
 
A representante dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfield classificou os ataques como arrepiantes, dizendo ainda que o ataque de segunda-feira deixa bem claro que Putin não está interessado na paz. “Ele está empenhado em causar morte e destruição no  prosseguimento da sua guerra de agressão”.  Já o embaixador da França, Nicolas de Riviere, declarou que a Rússia atingiu propositadamente bairros residenciais e infraestruturas de saúde.
 
Por sua vez, a China defendeu mais uma vez que as duas partes devem demonstrar vontade política e iniciar conversações de paz o mais cedo possível. “Vamos continuar a promover ativamente às conversações de paz”, apontou Fu Cong, diplomata chinês.
 
Em contrapartida, a Rússia que ocupa atualmente a presidência rotativa do Conselho de Segurança, contestou as acusações e insistiu que os danos no hospital foram causados pelas defesas aéreas ucranianas. “Se este tivesse sido um ataque russo, não teria sobrado nada do edifício e todas as crianças e a maioria dos adultos teria sido morta e não feridos”, assegurou o embaixador de Moscou na ONU, Vasily Nebenzya, acrescentando que o Conselho foi atraído para uma campanha de propaganda suja de Kiev. 
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