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Macron pede maioria sólida antes de nomear um novo governo

Presidente da França declarou as condições para a nomeação de um novo primeiro-ministro em uma "carta dirigida aos franceses"

Publicado: 11/07/2024 às 14:03

Emmanuel Macron, presidente da França/Foto: SAUL LOEB / AFP

Emmanuel Macron, presidente da França/Foto: SAUL LOEB / AFP

O presidente da França, Emmanuel Macron, realizou um anúncio, no qual declarou em uma “carta dirigida aos franceses” sobre as condições para a nomeação de um novo primeiro-ministro após a demissão de Gabriel Attal, a quem pediu que ficasse por mais um tempo para assegurar a estabilidade do país. 
 
Macron, que divulgou a carta estando já na cúpula da OTAN nos EUA, defendeu ideias e programas acima de cargos e personalidades. O líder francês afirmou que a maioria deverá garantir a maior estabilidade institucional possível, mas a construção de tal maioria com serenidade e respeito por todos precisa de um pouco de tempo para que o atual governo continue nas funções.
 
“Ninguém ganhou. É preciso uma maioria sólida de forças republicanas para poder governar. Primeiro, existe no país uma necessidade de expressão democrática. Depois, se a extrema-direita ficou à frente no primeiro turno com quase 11 milhões de votos, vocês recusaram claramente que entre no governo”, apontou.
 
Macron também parabenizou a elevada participação nas legislativas do eleitorado e disse que é possível tirar algumas conclusões do resultado. “Nenhuma força política obteve, por si só, uma maioria suficiente e os blocos ou coligações que emergem destas eleições são todos minoritários”, afirmou, indicando que somente as forças republicanas representam a maioria absoluta. 
 
O presidente francês alegou ser um protetor do interesse superior da nação e pediu a todas as forças políticas que se reconhecem nas instituições republicanas, no Estado de direito, no parlamentarismo, numa orientação europeia e na defesa da independência francesa, que se empenhem num diálogo sincero e leal para construir uma maioria sólida, necessariamente plural, para o país.
 
A Reunião Nacional (RN) da extrema-direita de Marine Le Pen e Jordan Bardella não foi além do terceiro lugar, elegendo um total de 143 deputados. Para ter a maioria são necessários 289. A Nova Frente Popular (NFP), aliança de esquerdas que inclui a radical França Insubmissa (LFI) de Jean-Luc Mélenchon, elegeu 182, ficando à frente do partido de centro de Macron, que conquistou o segundo lugar e elegeu 168.
 
Mélenchon já reagiu à carta e criticou por não chamar a NFP a formar governo: “É o regresso do veto real sobre o sufrágio universal”, disse.

Bardella, por sua vez, acusou Macron de organizar a paralisia do país ao pôr a extrema-esquerda às portas do poder, após arranjos vergonhosos e agora dizer: “entendam-se”, chamando-o de “irresponsável”.
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