Rain27° / 28° C

EUROPA

Liberais do Parlamento Europeu querem saída de Orbán da presidência do Conselho da UE

Segundo líder da bancada liberal da assembleia europeia, primeiro-ministro húngaro está minando as posições adotadas pela UE

Publicado em: 11/07/2024 16:36 | Atualizado em: 11/07/2024 16:45

Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro (Foto: DREW ANGERER / AFP
)
Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro (Foto: DREW ANGERER / AFP )
Os liberais no Parlamento Europeu pediram hoje aos líderes da União Europeia no Conselho Europeu que busquem todos os meios jurídicos para terminar antecipadamente com a presidência da Hungria, que tem previsão de durar até final do ano. "Como resposta direta às ações isoladas do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, a presidente da Renovar a Europa apela ao Conselho Europeu para que explore todos os meios jurídicos para pôr termo à presidência húngara do Conselho e a entregue à Polônia”, que se seguiria no primeiro semestre de 2025, diz o comunicado dos liberais. 
 
Depois da polêmica viagem de Órban à Moscou, a líder da bancada liberal da assembleia europeia, Valérie Hayer, afirma na nota que o primeiro-ministro húngaro está minando as posições adotadas pela União Europeia e age de modo contrário aos interesses europeus, o que tem de acabar.
 
"É tempo de pôr termo à presidência desonesta do Conselho de Viktor Orbán. A sua pretensa missão de paz é uma ameaça à segurança, a sua comunicação isolada é apenas uma cortina de fumaça para os seus próprios interesses e falha miseravelmente", alega Hayer.
 
A líder do Renovar a Europa, que é formado pelo Partido da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa e pelo Partido Democrata Europeu, vai pedir um debate urgente sobre a presidência húngara que será realizada na sessão plenária da próxima semana, na cidade francesa de Estrasburgo, e na presença do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. O pedido acontece apos os embaixadores dos países junto da União Europeia terem discutido o papel da presidência húngara rotativa do Conselho, devido a uma preocupação crescente sobre as polêmicas deslocações de Orbán.
 
Mas, o governo húngaro negou ter conhecimento de pedidos para abreviar a sua presidência semestral do Conselho da UE ou para alterar a rotatividade. "Não tenho conhecimento de qualquer discussão por parte de qualquer organização ou instituição europeia que tenha como objetivo encurtar a presidência húngara ou alterar a rotatividade em qualquer sentido", disse o ministro dos Assuntos Europeus da Hungria, János Bóka, em Bruxelas.
 
Liderança controversa
 
No dia 1 de julho, a Hungria assumiu a presidência rotativa do Conselho da UE, com o lema "Tornar a Europa Grande de Novo", e vai liderá-la até final do ano. Desde então o primeiro-ministro húngaro já realizou deslocações oficiais à Ucrânia, a Rússia, ao Azerbaijão e países vizinhos, além da China. Essas viagens geraram muitas críticas entre os membros da UE, mas Orbán garantiu que as visitas objetivam questões referentes às relações bilaterais e não em assuntos de representação europeia. No entanto, também admitiu que discutiu sobre acordos de paz para a guerra na Ucrânia. Além disso, após o fim da cúpula da OTAN, na capital norte americana, a próxima visita de Orbán será ao candidato republicano as eleições presidenciais dos EUA, Donald Trump, na Flórida. Essa ida aumentou as preocupações de que o líder húngaro esteja atuando como intermediário entre o presidente russo Vladimir Putin e Trump.
 
Hoje, o chanceler húngaro, Peter Szijjarto, ainda expressou que a Hungria não apoia que a OTAN se transforme num bloco anti-China e que a adesão da Ucrânia à aliança militar enfraqueceria a unidade do grupo.

Mais notícias

Acompanhe o Diario de Pernambuco no WhatsApp
Acompanhe as notícias da Xinhua