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Israel diz que só se desmilitarizar a fronteira evita guerra com o Hezbollah

Governo israelense enviou carta aos diplomatas da Organização das Nações Unidas pedindo que haja uma pressão para implementar a resolução do Conselho da ONU

Publicado em: 31/07/2024 15:02 | Atualizado em: 31/07/2024 15:04

 (Foto: AFP)
Foto: AFP
Nesta quarta-feira, o governo de Israel enviou uma carta aos diplomatas da Organização das Nações Unidas pedindo que haja uma pressão para implementar a resolução do Conselho da ONU, que determina a desmilitarização da fronteira entre Israel e Líbano, como sendo o único modo de evitar uma guerra total com o Hezbollah.
 
"Israel não está interessado numa guerra total, mas a única forma de evitá-la é a aplicação imediata da Resolução 1.701", diz o documento que foi encaminhado pelo ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz.
 
Segundo Katz, a aplicação da Resolução 1.701, que pôs fim à guerra entre o Líbano e Israel em 2006, implicaria na retirada completa dos milicianos do Hezbollah que permanecem ao longo da fronteira com Israel para norte, sobre o rio Litani, assim como o desarmamento do grupo. O chanceler de Israel destacou também a necessidade de fazer regressar os mais de 60 mil israelenses que foram obrigados a abandonar as suas casas no norte do país desde o início da troca de tiros na fronteira com o grupo xiita e que, desde então, precisaram se instalar em hotéis e outras residências financiadas pelo Estado.
 
O ministro ainda garantiu que a ofensiva de terça-feira a Beirute, que Israel afirmou ter matado o comandante do grupo xiita, Fouad Chokr, foi uma resposta ao ataque a cidade drusa de Majdal Shams, nos Montes Golã ocupados por Israel, no qual morreram 12 crianças drusas, e que Tel Aviv argumenta terem nacionalidade israelense. O chanceler acrescentou que a operação foi uma mensagem clara de Israel: "Quem nos prejudicar será prejudicado com grande força".
 
No entanto, no documento Katz não cita o bombardeio na madrugada de hoje em Teerã, que eliminou o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh. Por sua vez, o Hamas responsabilizou Israel pelo atentado.
 
Na fronteira entre Israel e o Líbano, desde o inicio da guerra na Faixa de Gaza, já morreram cerca de 574 pessoas, a maioria do lado libanês. O Hezbollah confirmou 354 baixas de milicianos e comandantes, alguns deles na Síria. Também no sul do Líbano mais de 94 mil libaneses foram deslocados para evitar o perigo dos frequentes disparos de foguetes.
 
Já na parte do território do norte de Israel foram registrados 47 israelenses mortos  resultante das trocas de tiros, incluindo 22 militares e 25 civis.
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