GUERRA
EUA criticam ataques à Gaza pelo alto índice de civis mortos
Na terça-feira, o porta-voz da proteção civil de Gaza revelou que três ofensivas aéreas mataram pelo menos 57 pessoas e feriram dezenas em apenas uma hora
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 17/07/2024 13:54
Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken (Foto: MANDEL NGAN / AFP ) |
Os Estados Unidos criticou o governo de Israel devido ao elevado número de vítimas civis na guerra contra o Hamas. Após os recentes ataques na Faixa de Gaza, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, advertiu ao ministro israelense dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e ao conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, que os EUA têm séria preocupação com as recentes vítimas civis em Gaza.
“O número de vítimas ainda permanece inaceitavelmente alto. Continuamos a ver muitos civis mortos neste conflito”, reiterou Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) lançou diversos ataques mortais nos últimos dias em Gaza, incluindo contra um campo de refugiados e várias escolas administradas pelas Nações Unidas, onde civis estavam abrigados. Somente no sábado passado, morreram mais de 90 pessoas no campo de Al-Mawasi, perto de Khan Yunis. Em resposta, o Hamas anunciou que ia se retirar das negociações de cessar-fogo, o que fez as perspectivas de uma trégua e de um acordo de libertação de reféns diminuíssem ainda mais. No entanto, os mediadores internacionais continuam tentando fazer com que Israel e Hamas encontrem pontos comuns na última proposta que foi colocada em cima da mesa, e que pretende suspender todos os combates e libertar os reféns que permanecem em Gaza.
Na terça-feira, Mahmud Bassal, porta-voz da proteção civil de Gaza, também revelou que três ofensivas aéreas mataram pelo menos 57 pessoas e feriram dezenas no espaço de apenas uma hora. O Ministério da Saúde do enclave comunicou que um ataque a uma bomba de gasolina em Al-Mawasi, no sul, vitimou 17 pessoas, e a ONG Crescente Vermelho informou que um ataque separado, quase em simultâneo, na Escola Al-Razi, administrada pela ONU, no campo de refugiados de Nuseirat, no centro, matou pelo menos cinco civis palestinos. O terceiro atingiu um grupo de pessoas no norte de Gaza, não tendo conhecimento do número preciso de vítimas.
Por outro lado, o exército israelense explicou que os seus aviões atingiram cerca de 40 alvos terroristas em Gaza, incluindo postos de atiradores e de observação, estruturas militares do Hamas, e edifícios equipados com explosivos. “As tropas continuam os ataques direcionados em Rafah, no sul, e no centro do enclave”, diz a IDF.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu que vai ampliar a pressão sobre o Hamas. “Este é exatamente o momento de aumentar ainda mais a pressão, de trazer para casa todos os reféns, os vivos e os mortos, e de alcançar todos os objetivos da guerra”, afirmou.
Enquanto isso, as famílias dos reféns apelam a Noa Argamani, uma das capturadas que foi recentemente libertada, que não acompanhe e aceite o convite de Netanyahu na viagem programada da delegação israelense aos Estados Unidos. Grande parte da população de Israel culpa o primeiro-ministro em abortar o acordo com o Hamas e pela demora na libertação dos reféns, e pede agora que não se encoraje e apóie as suas ações.
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