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GUERRA

Escalam as tensões entre Israel e Hezbollah

Segundo o exército israelense, dez foguetes foram disparados do Líbano pelo grupo Hezbollah e um deles atingiu o Kibbutz Hagoshrim, deixando um morto

Publicado em: 30/07/2024 13:00

As IDF atacaram sete localizações diferentes com drones, caças e artilharia (Foto: AFP)
As IDF atacaram sete localizações diferentes com drones, caças e artilharia (Foto: AFP)
Nesta terça-feira, o exército de Israel revelou que 10 foguetes foram disparados do Líbano pelo grupo Hezbollah e que um deles atingiu o Kibbutz Hagoshrim, causando uma vítima mortal. Mas, as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram que durante a madrugada realizaram também uma série de ofensivas no sul do Líbano, que pode ser a resposta prometida pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após o ataque que ocorreu nos Montes Golã e que Tel Aviv alega ter sido realizado pelo grupo. 
 
As IDF disseram que atacaram com drones, caças e artilharia em sete localizações diferentes e que a operação matou um terrorista do Hezbollah em Beit Lif e atingiu um depósito de armas, infraestruturas terroristas, bases militares e lançadores de foguetes.
 
Por sua vez, o Hezbollah informou que disparou contra caças de Israel, que ultrapassaram a barreira do som, no espaço aéreo libanês e ainda afirmou que forçou as aeronaves a retornar ao território israelense.
 
Já os dirigentes religiosos drusos da cidade de Majdal Shams recusaram a hipótese de retaliação comunicada pelo governo israelense depois do ataque atribuído ao Hezbollah e que fez doze mortos, no fim de semana, nos Montes Golã. "A tragédia é imensa, o impacto é doloroso e a perda é partilhada por todos os lares do Golã", declaração em nota hoje os líderes religiosos, acrescentando no comunicado que em virtude da doutrina drusa que "proíbe o assassinato e a vingança sob qualquer forma" os dirigentes rejeitam "o derramamento de uma só gota de sangue com o pretexto" de vingança.
 
Além disso, entre os apelos da comunidade internacional para uma resposta diplomática, os Estados Unidos consideram que um conflito entre Israel e o grupo xiita libanês não é inevitável. “Apesar de termos visto muita atividade na fronteira norte de Israel, continuamos preocupados com o potencial disso escalar para um conflito total. E não acredito que um conflito seja inevitável. Washington gostaria de ver as coisas resolvidas de forma diplomática”, declarou Lloyd Austin, secretário de Defesa norte-americano. 
 
A Casa Branca têm feito um esforço diplomático para impedir Israel de atacar a capital do Líbano, Beirute, ou grandes infraestruturas civis em resposta ao ataque de sábado. Embora ambos os lados tenham garantido, anteriormente, que não querem escalar o conflito, as hostilidades recentes preocupam a comunidade internacional para o risco de crescentes tensões no Oriente Médio.
 
O ministro libanês das Relações Exteriores, Abdallah Bou Habib, assegurou que uma série de iniciativas diplomáticas tem procurado conter a resposta israelense prevista. “Israel vai intensificar a escalada de forma limitada e o Hezbollah vai responder de forma limitada. Estas são as garantias que recebemos. EUA, França e outros países estão buscando conter a escalada”, afirmou Habib.
 
As tensões na região se agravaram desde o último sábado, quando um míssil matou 12 crianças e adolescentes num campo de futebol numa vila drusa. Israel apontou as responsabilidades ao Hezbollah e prometeu uma resposta dura. “O Estado de Israel não vai, nem pode, deixar passar isto. A nossa resposta virá e será severa”, disse.
 
Por outro lado, o Hezbollah negou qualquer envolvimento nesta ofensiva. Enquanto isso, o novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, que apoia o Hezbollah e o Hamas, alertou Israel contra o ataque ao Líbano, que, segundo ele, seria “um grande erro com consequências graves”.
 
Nos Montes Golã sírios ocupados por Israel, aproximadamente 25 mil israelenses vivem em assentamentos junto aos 23 mil cidadãos drusos, uma comunidade cuja religião tem origem no Islã. Parte da comunidade drusa se classifica como síria, mas com estatuto de residente em Israel. Os habitantes de Majdal Shams, que são majoritariamente drusos, conservaram a nacionalidade síria depois da invasão de Israel em 1967 e da anexação formal do território em 1981.
 
Israel e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado em suas fronteiras desde outubro do ano passado, um dia após o começo da guerra em Gaza, nos piores confrontos entre as duas partes desde 2006. O Hezbollah integra o chamado ‘eixo de resistência’, uma coligação liderada pelo governo do Irã, juntamente com o Hamas e os rebeldes Houthis do Iêmen.
Tags: guerra | hezbollah | israel |

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