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Biden pede para que os democratas apoiem sua candidatura à reeleição

"Estou firmemente determinado a continuar na corrida", escreveu o presidente em uma carta aos congressistas democratas
Por: AFP

Publicado em: 08/07/2024 22:13 | Atualizado em: 08/07/2024 22:16

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden  (foto: SAUL LOEB / AFP)
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto: SAUL LOEB / AFP)

Mais determinado do que nunca, Joe Biden pediu nesta segunda-feira (8) aos congressistas democratas que apoiassem sua campanha de reeleição ou o desafiassem na convenção do partido em agosto, ignorando os apelos para desistir.

 

"Estou firmemente determinado a continuar na corrida", escreveu o presidente em uma carta aos congressistas democratas. "A questão de como seguir em frente" já foi abordada "e é hora de encerrar" a polêmica, afirmou enfaticamente.

 

Sua porta-voz tentou conter a onda de especulações provocada por um artigo do New York Times que afirmava que um especialista em Parkinson visitou a Casa Branca oito vezes em oito meses, entre o verão de 2023 e a última primavera no hemisfério norte.

 

"O presidente foi tratado por Parkinson? Não. Ele está sendo tratado por Parkinson? Não, não está. Ele está tomando medicação para Parkinson? Não", disse a porta-voz Karine Jean-Pierre em uma coletiva de imprensa.

 

A porta-voz não especificou o motivo da visita do especialista, citando obrigações de "confidencialidade".

 

 

Parkinson

 

Jean-Pierre lembrou que Joe Biden foi examinado três vezes por um neurologista como parte de seus exames anuais, o último dos quais foi divulgado em fevereiro, e que, neste contexto, foram realizados testes para detectar várias doenças neurodegenerativas, com resultados negativos.

 

Biden, 81 anos, admitiu aos congressistas que está ciente das "preocupações", especialmente desde seu desastroso desempenho em um debate televisivo contra seu antecessor e rival para as eleições de novembro, Donald Trump.

 

Durante 90 minutos, Biden parecia muito confuso, teve dificuldades para falar e até divagou. O presidente atribuiu isso ao 'jet lag' e a um resfriado, mas nos últimos dias vários congressistas democratas pediram publicamente que ele desistisse.

 

Adam Smith, democrata mias influente do comitê de serviços armados da Câmara dos Representantes, defendeu a tese de que Biden deveria dar lugar a outro candidato.

 

"Acho que ficou claro que ele não é a melhor pessoa para levar a mensagem democrata", disse Smith à CINN.

 

Outros o apoiam, como Steven Horsford, presidente do influente grupo de congressistas afro-americanos na Câmara dos Representantes, e alguns senadores.

 

No programa de televisão "Morning Joe" da MSNBC, o democrata disse que está "confiante" de que "o eleitor médio lá fora ainda quer Joe Biden" para um segundo mandato.

 

O democrata reconheceu estar "muito frustrado com as elites... do partido".

 

"Qualquer um desses caras que acha que não devo me candidatar, que se candidate contra mim [...] que me desafie na convenção" de agosto, acrescentou.

 

Biden está sob escrutínio esta semana como anfitrião de uma cúpula da Otan em Washington, com receios de que o isolacionista Trump, 78 anos, vença as eleições presidenciais.

 

Será uma oportunidade para os líderes dos países aliados avaliarem a condição de Biden, que participará de várias reuniões e dará sua primeira entrevista coletiva desde o desastre do debate.

 

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, afirma não ter "detectado" qualquer sinal de preocupação entre os membros da Otan.

 

 

Pressa

 

Muitos países europeus temem o retorno de Trump porque ele criticou repetidamente a Otan, expressou admiração pelo presidente russo, Vladimir Putin, e insistiu que ele poderia encerrar rapidamente a guerra na Ucrânia.

 

Com apenas quatro meses até as eleições e pouco mais de um até a convenção do partido, o tempo é crucial.

 

Há pouca margem para substituir Biden como candidato, e o presidente e sua equipe parecem determinados a resistir à pressão.

 

No entanto, nada indica que o presidente aceitará renunciar e, mesmo que o fizesse, o Partido Democrata correria o risco de divisões internas e de uma convenção de nomeação caótica em Chicago em agosto.

 

Se um novo candidato fosse designado, ele teria pouco mais de dois meses para fazer campanha antes das eleições de 5 de novembro.

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