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ENCONTRO

Biden e Netanyahu se reúnem para abordar guerra em Gaza

Netanyahu afirmou que trabalhará com Biden durante o tempo que lhe resta na presidência dos Estados Unidos
Por: AFP

Publicado em: 25/07/2024 17:42

Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu  (à esq.) e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (à dir.)  (foto: Andrew Harnik / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (à esq.) e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (à dir.) (foto: Andrew Harnik / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

O presidente Joe Biden dirá ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que é preciso um cessar-fogo em Gaza "em breve", em uma reunião nesta quinta-feira (25) na Casa Branca.

 

"Acreditamos que (...) podemos chegar a um acordo, mas isso vai exigir, como sempre, uma certa liderança, um certo compromisso e um esforço para alcançá-lo", declarou o porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

 

Biden reiterará que "acredita que precisamos alcançar um acordo, e precisamos alcançá-lo em breve", declarou à imprensa.

 

Netanyahu afirmou que trabalhará com Biden durante o tempo que lhe resta na presidência dos Estados Unidos, depois de renunciar à corrida pela reeleição.

 

"Quero agradecer pelos 50 anos de serviço público e pelos 50 anos de apoio ao Estado de Israel", disse Netanyahu após um aperto de mãos no Salão Oval, pouco antes do início da reunião entre os líderes.

 

Posteriormente, ambos se encontrarão com as famílias dos reféns americanos mantidos em Gaza.

 

A vice-presidente Kamala Harris, que agora será a candidata do Partido Democrata nas eleições de novembro, também se reunirá separadamente com Netanyahu na Casa Branca.

 

 

 

"Lacunas finais"

 

Netanyahu prometeu na quarta-feira uma "vitória total" contra o grupo islamista palestino Hamas em Gaza, em um discurso inflamado perante o Congresso dos Estados Unidos.

 

A relação entre Biden e Netanyahu é tensa devido à forma como Israel conduz a guerra desencadeada pelos ataques do Hamás em 7 de outubro.

 

Mas as discordâncias não impediram um apoio militar constante.

 

Em um discurso na quarta-feira para explicar por que se retirou das eleições presidenciais dos Estados Unidos, Biden deixou claro que o conflito entre israelenses e palestinos continua sendo uma prioridade máxima.

 

"Vou continuar trabalhando para acabar com a guerra em Gaza, trazer todos os reféns de volta para casa, trazer paz e segurança ao Oriente Médio e terminar com essa guerra", disse o presidente americano.

 

Um funcionário do governo americano afirmou na quarta-feira que as negociações para um acordo sobre Gaza estão nas "etapas finais" e que Biden tentará fechar algumas "lacunas finais" com Netanyahu.

 

Uma possível trégua depende de vários detalhes pendentes, por exemplo, de como ela entraria em vigor, agora que o Hamas não exige mais que Israel se retire completamente da Faixa de Gaza, explicou o funcionário.

 

"Não espero que a reunião (com Netanyahu) seja um sim ou um não, é uma espécie de 'como fechamos essas lacunas finais?'  e há algumas coisas de que precisamos do lado israelense, sem dúvida", acrescentou.

 

"Mas também há algumas coisas-chave que estão apenas nas mãos do Hamas, porque os reféns estão nas mãos do Hamas", afirmou.

 

O alto funcionário minimizou o discurso de Netanyahu perante o Congresso que provocou protestos do lado de fora, onde manifestantes queimaram uma bandeira americana.

 

Em um comunicado, Kamala Harris condenou e classificou como "desprezível" e "antipatriótico" o ato de queimar a bandeira.

 

 

"É demais"

 

Netanyahu se encontrará na sexta-feira com o candidato republicano Donald Trump em sua residência de Mar-a-Lago na Flórida.

 

O ex-presidente instou na manhã de quinta-feira Israel a "terminar" rapidamente a guerra em Gaza.

 

"É preciso acabar com isso rápido. Não pode continuar assim. Está durando demais. É demais", disse Trump à Fox News.

 

Biden ofereceu a Israel um firme apoio desde 7 de outubro, inclusive abraçando Netanyahu no aeroporto de Tel Aviv poucos dias após os ataques.

 

Mas o presidente americano se tornou cada vez mais crítico a Israel pelo número de mortes palestinas em sua ofensiva em Gaza e pelas restrições à quantidade de ajuda humanitária que chega ao devastado território.

 

O ataque do Hamas em 7 de outubro provocou a morte de 1.197 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

 

Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 111 continuam em cativeiro na Faixa de Gaza, incluindo 39 que o Exército acredita que estejam mortas.

 

A ofensiva militar de Israel contra Gaza matou mais de 39.000 palestinos, também em sua maioria civis, segundo dados do ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas.

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