Ucrânia ataca pela primeira vez a Rússia com armas ocidentais

Foto: Sergei SUPINSKY/AFP

Nesta terça-feira (4), a Ucrânia já confirmou ter feito o seu primeiro ataque em território russo usando armamento fornecido pelos Estados Unidos. O alvo atingido foi um sistema russo de defesa aérea, que as forças ucranianas afirmaram terem sido disparados ontem.

%u201CO ataque ucraniano aconteceu nos primeiros dias após a permissão para usar armas ocidentais em território inimigo%u201D, informou Iryna Vereshchuk, vice-ministra da Ucrânia para a reintegração dos territórios ocupados.

Kiev foi autorizada recentemente a ter permissão dos seus principais aliados, como os EUA e a Alemnha, para atingir, com as armadas cedidas, determinados alvos militares dentro da Rússia. Desde o começo da guerra, os países parceiros e apoiadores do governo ucraniano haviam proibido que o país realizasse ofensivas dentro do território russo por receio de uma possível retaliação do Kremlin, limitação esta que não incluía os territórios ucranianos ocupados por Moscou.

De acordo com a mídia internacional, as forças ucranianas utilizaram o sistema de mísseis Himars, fornecido pelos Estados Unidos, na região de Belgorod. O alvo militar russo destruído por Kiev se localiza a cerca de 60 quilômetros da linha da frente da região de Kharkiv.
O Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, saudou a permissão recebida para atacar certas áreas e objetivos militares dentro da Rússia. %u201CMas, Kiev continua a trabalhar para eliminar as restrições que os seus aliados continuam a impor ao uso das suas armas contra o território inimigo.%u201D, indicou

Esta mudança parcial de política dos países aliados sobre as condições em que a Ucrânia pode usar as armas que recebe coincidiu com a intensa ofensiva lançada pelas tropas russas em meados do mês passado contra a região ucraniana de Kharkiv, na fronteira com a Rússia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já tinha apelado inúmeras vezes por essa autorização, argumentando que precisava de total margem de manobra na utilização das armas que lhes foram fornecidas. %u201CNão se pode proteger regiões como Kharkiv sem atacar diretamente os locais a partir dos quais as forças russas lançam bombardeios", disse.