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ONU afirma que central nuclear de Zaporijia tem segurança precária

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, considerou que os pilares da segurança nuclear foram total ou parcialmente comprometidos

Publicado em: 03/06/2024 16:14 | Atualizado em: 03/06/2024 16:25

Central nuclear de Zaporijia (foto: AFP / IAEA)
Central nuclear de Zaporijia (foto: AFP / IAEA)

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, revelou nesta segunda-feira que a situação da maior central nuclear da Europa, Zaporijia, sob controle russo na Ucrânia, continua precária após os ataques que ocorreram em abril.

 

Grossi disse ao Conselho de Governadores da AIEA, que os pilares da segurança nuclear foram total ou parcialmente comprometidos. Dentre estes pontos está a garantia da integridade física das instalações nucleares; a operação de sistemas de segurança; o trabalho da equipe e o fornecimento de eletricidade ou cadeias de fornecimento e transporte.

 

"No início de abril, a central de Zaporijia foi atacada diretamente pela primeira vez em quase um ano e meio. Esses ataques violaram o primeiro dos cinco princípios para proteger a central de Zaporijia que apresentei pela primeira vez há um ano", esclareceu o diretor-geral.

 

Além do mais, Grossi destacou que estes ataques e a desconexão frequente de linhas de energia externas devido à atividade militar na zona criar uma situação grave para a qual já tinha alertado. "As questões relacionadas com o pessoal, às inspeções de rotina e a manutenção das estruturas de segurança, os seus sistemas e componentes; a confiança nas cadeias de abastecimento, assim como os protocolos de emergência, permanece sendo um desafio e representam riscos para a segurança nuclear", pontuou Grossi. Programa nuclear do Irã.

 

O chefe da AIEA também alertou a respeito do programa nuclear iraniano, que oficialmente só tem fins civis, e assinalou que se Teerã finalmente tiver armas nucleares, outros países podem adquirir e desenvolver este tipo de bombas. "Muitos países disseram que se o Irã obtiver uma arma nuclear, também fará o mesmo. Penso que ouvimos isso muito claramente de muitos deles", advertiu Grossi.

 

Para evitar isso, Grossi apelou ao governo iraniano mais transparência sobre o seu programa nuclear diante dos processos de enriquecimento de urânio numa etapa próxima do necessário para a fabricação de bombas. Porém, o Irã rejeitou a presença de inspetores experientes e não forneceu informações sobre antigas instalações nucleares onde foram detectados vestígios de materiais nucleares.

 

A Alemanha, a França e o Reino Unido já prepararam um projeto de resolução que será apresentado ao Conselho de Governadores da AIEA que se reunirá esta semana em Viena.

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