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Ataque em campo de refugiados em Gaza deixa 17 palestinos mortos
De acordo também com as autoridades de saúde do enclave, o conflito provocou, até agora, mais de 37 mil mortos
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 18/06/2024 16:08
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| Menino palestino sentado enquanto pessoas revistam os escombros de casa destruída em ataques israelenses noturnos no campo de refugiados de al-Bureij, no centro da Faixa de Gaza (Foto: BASHAR TALEB / AFP ) |
Na última noite dois ataques ao campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, causaram a morte de 17 palestinos. "O primeiro ataque matou 10 pessoas, incluindo mulheres e crianças. Cinco delas pertenciam à mesma família. Uma hora depois, um segundo ataque teve como alvo a casa de outra família. Entre as vítimas se contam não apenas pais e filhos, mas também avós", reportou o jornalista Hani Mahmoud, correspondente da TV Al-Jazeera. Estas famílias eram deslocados que tinham recentemente fugido da cidade de Rafah, que vem sendo alvo de uma intensa operação das forças israelenses.
Ainda segundo as Nações Unidas, pelo menos 250 funcionários humanitários também já foram mortos em Gaza desde o começo do conflito, sendo que 200 eram trabalhadores da agência da ONU para os Refugiados Palestinos. “O território palestino se tornou um dos lugares mais perigosos do mundo para quem trabalha na área”, aponta a ONU.
As organizações e grupos humanitários dizem que os principais riscos que estes trabalhadores enfrentam em Gaza é devido aos ataques e bombardeios israelenses.
De acordo também com as autoridades de saúde do enclave, a guerra provocou até agora mais de 37 mil mortos, dos quais 15.700 são crianças, e quase 86 mil ficaram feridos nas ofensivas das tropas de Israel.
A diretora regional da UNICEF para o Oriente Médio e o Norte da África, Adele Jodr, afirmou hoje que o conflito em Gaza se converteu em uma "guerra contra as crianças", já sendo um cemitério de meninos e meninas.
“Provavelmente todas as crianças vão ficar traumatizadas, porque passaram por algo que nenhuma criança deveria passar. Sempre que há um ataque, há crianças mortas, porque Gaza tem uma população muito jovem concentrada numa zona muito pequena. Existem 37 mil crianças que sofrem de má nutrição grave e 17 mil ficaram órfãos, o que as sujeita a riscos de abusos e exploração. Há ainda muitos outros que sofreram feridas graves, inclusive perda de algum membro, circunstâncias que lhes podem ser fatais, dada a situação crítica do sistema de saúde na Faixa de Gaza. Se estivessem num lugar normal, onde houvesse um hospital normal, um hospital equipado com os fornecimentos e o material médico necessário poderiam ter sido salvas", relatou.
Jodr apelou por um cessar-fogo imediato e o envolvimento da comunidade internacional para que a ajuda necessária chegue às crianças que precisam.
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