GUERRA

UE alerta Israel que ofensiva em Rafah pode afetar as relações bilaterais

Milhares de civis continuam a fugir da cidade de Rafah, que vem sofrendo bombardeios diários das forças israelenses

Publicado em: 15/05/2024 12:22 | Atualizado em: 15/05/2024 12:27

Palestinos deslocados empacotam seus pertences antes de deixarem área insegura em Rafah (Foto: AFP)
Palestinos deslocados empacotam seus pertences antes de deixarem área insegura em Rafah (Foto: AFP)
Nesta quarta-feira, o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, reiterou o apelo do bloco a Israel para que cesse imediatamente a operação militar em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, caso contrário poderá prejudicará a relação com a UE.
 
“Se os israelenses continuarem a avançar em Rafah colocaria inevitavelmente uma tensão na relação da UE com Israel. Apelamos para que Israel não agrave ainda mais a já desastrosa situação humanitária em Gaza e reabra o ponto de passagem de Rafah”, diz o comunicado de Borrell.

Enquanto isso, milhares de civis continuam a fugir da cidade de Rafah, que vem sofrendo bombardeios diários das forças israelenses e é ameaçada com uma grande ofensiva terrestre. Isto apos mais de um milhão de civis, refugiados em Rafah, terem recebido ordem de evacuar para outras zonas do enclave, que as Nações Unidas não consideram “seguras”.

“As operações militares israelenses em Rafah levam a mais fugas populacionais, risco de fome e sofrimento humano”, afirma o chefe da diplomacia europeia
 
Os tanques do exército israelense entraram em Rafah no dia 7 de maio e, nesta última semana, a passagem fronteiriça entre a Faixa de Gaza e o Egito permanece ainda fechada, apesar de ser essencial para a entrada dos comboios que transportam ajuda humanitária aos palestinos ameaçados pela falta de alimentos, água e medicamentos em Gaza, de acordo a ONU. 

Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, desmentiu os comentários feitos na terça-feira pelo seu homólogo israelense, Israel Katz, que disse que a entrada de ajuda humanitária a partir de Rafah era da responsabilidade das autoridades egípcias. Shoukry garantiu que a tomada do posto fronteiriço de Rafah por Israel, assim como as suas operações militares na zona, são os principais motivos ea não entrar a ajuda na Faixa de Gaza.

O governo de Israel também anunciou hoje que rejeita a decisão na Assembleia-geral da ONU de promover o reconhecimento do Estado Palestino.
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