ATAQUE
Primeiro-ministro da Eslováquia está consciente após atentado a tiros
O presidente eleito da Eslováquia, Peter Pellegrini, revelou que Robert Fico está muito cansado e sob o efeito de medicação
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 16/05/2024 14:28 | Atualizado em: 16/05/2024 15:16
Robert Fico, primeiro-ministro da Eslováquia (Foto: Vladimir Smicek/AFP) |
De acordo com o presidente eleito da Eslováquia, Peter Pellegrini, o primeiro-ministro do país, Robert Fico, está consciente e consegue se comunicar verbalmente. Pellegrini revelou que só conseguiu falar com Fico durante alguns minutos, uma vez que ele está muito cansado e sob o efeito de medicação, informou a imprensa local.
"Só me foi permitido falar com ele durante alguns minutos, porque o seu estado de saúde exige realmente cuidados. O chefe do Governo escapou por pouco da morte, porque se as balas tivessem ido parar a alguns centímetros do local que o atingiram, estaríamos falando de coisas diferentes", disse Pellegrini.
Mas, o novo chefe de Estado, que tomará posse no próximo mês, indicou que ainda não era certo que Fico, com quem tem uma relação próxima há anos, estivesse totalmente fora de perigo, observando que os próximos dias e horas seriam decisivos.
O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, sofreu um atentado na quarta-feira, na cidade de Handlová, em frente à Casa da Cultura, onde estava com os seus apoiadores. Fico foi baleado com cinco tiros na região do abdômen e no braço, por um homem, de 71 anos, que foi detido no local pela polícia. O premiê ficou gravemente ferido e em estado crítico, sendo levado com urgência para um hospital em Banská Bystrica e submetido a uma cirurgia, com risco de vida, que durou cerca de cinco horas.
As suspeitas são que as motivações do atirador foram políticas e a policia abriu um processo criminal por tentativa de homicídio premeditado. A estação de televisão privada eslovaca TV Joj noticiou que o atirador é um escritor chamado Juraj Chintula, natural de Levice, uma cidade no sul da Eslováquia. Outros relatos da imprensa eslovaca disseram que ele criou no passado uma organização cívica chamada Hnutie Proti Násiliu (Movimento contra a Violência). O Ministro do Interior da Eslováquia declarou aos jornalistas que acreditava "poder confirmar" que esta é a identidade do atirador.
Chintula é apontado como um apoiador do partido da oposição Eslováquia Progressista, informação negada que foi negada líder deste partido liberal. "Negamos inequivocamente que ele seja membro do nosso movimento. Não existe qualquer outra ligação entre ele e o nosso partido ou os nossos membros. Condenamos veementemente este ato odioso", afirmou Michal Simecka, citado pelo diário eslovaco Hospodarske Noviny. O portal de notícias Markiza avançou que Cintula está atualmente numa cela da polícia na Agência Nacional de Investigação Criminal, em Nitra, e pode ser condenado a uma pena entre 25 anos até prisão perpétua.
Já os políticos da Eslováquia condenaram o ataque, mas apressaram em culpar o aumento do clima de violência no país. A atual presidente da Eslováquia, Zuzana Caputova, disse estar chocada com o que classificou de um ataque terrível e cruel. "Um ataque físico ao primeiro-ministro é, antes de mais, um ataque a uma pessoa, mas é também um ataque à democracia. A retórica de ódio, que podemos ver na sociedade, leva a ações de ódio. Por favor, parem com isso", apelou Caputova.
O nacionalista Robert Fico, de 59 anos, foi eleito no ano passado e é contrário a imigração de muçulmanos para o país, além de manifestar uma posição pró-Rússia e ser contra a ajuda da União Europeia e da OTAN à Ucrânia.
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