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GUERRA

Israel reconhece que matou civis em ataque a Rafah

Bombardeio israelense a campo de refugiados na cidade de Rafah causou pelo menos 45 mortos

Publicado em: 27/05/2024 12:49 | Atualizado em: 27/05/2024 14:30

Palestinos se reúnem no local de um ataque israelense a um campo de refugiados em Rafah (Foto: EYAD BABA / AFP
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Palestinos se reúnem no local de um ataque israelense a um campo de refugiados em Rafah (Foto: EYAD BABA / AFP )
Israel bombardeou nesta madrugada um campo de refugiados na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, no qual causou pelo menos 45 mortos. O exército israelense confirmou que lançou ataques contra um complexo do Hamas em Rafah e admitiu ter atingido civis. O porta-voz do governo de Israel disse, nesta segunda-feira, que o ataque aéreo noturno contra comandantes do Hamas em Rafah provocou um incêndio e terá sido este o responsável pela morte dos civis.
 
"Foi baseado em informações precisas e dirigido contra dois altos responsáveis do Hamas. Mas tem uma investigação sob sigilo do incidente”, afirmou as Forças de Defesa de Israel (IDF).
 
Comunidade internacional condena o ataque
 
Muitos países se manifestaram e alegam um massacre e apelam ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para intervir de imediato. "Horrorizado com as notícias vindas de Rafah sobre os ataques israelenses, que mataram dezenas de pessoas deslocadas, incluindo crianças pequenas. Eu condeno esta ação de forma veemente. Não há lugar seguro em Gaza. Estes ataques devem parar imediatamente. As ordens do  Tribunal Internacional de Justiça e do Direito Internacional Humanitário deve ser respeitado por todos", declarou o chefe da diplomacia européia Josep Borrell.
 
O presidente de França, Emmanuel Macron expressou indignação com os ataques israelenses que mataram dezenas de pessoas deslocadas em Rafah. “Essas operações devem parar. Não há áreas seguras em Rafah para os civis palestinos", exigiu.
 
O governo da Itália avisou Israel que os ataques contra civis em Gaza "não é mais justificável".
 
A Autoridade Palestina acusou Tel Aviv de atacar deliberadamente um centro de deslocados. "Este massacre atroz perpetrado pelas forças de ocupação israelenses é um desafio a todas as resoluções internacionais sobre a legitimidade, disse.
 
O Parlamento da Liga Árabe, a Jordânia e o Egito também condenaram o bombardeio. "As posições dos países que apóiam Israel, liderada pelos Estados Unidos, são a principal razão pela qual continuam a cometer mais crimes e massacres, incluindo em Rafah, onde provocou dezenas de mártires e feridos, em sua maioria crianças e mulheres. O último ataque israelense é um flagrante desafio e violação de todas as leis e resoluções internacionais, incluindo a decisão do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) que pede a suspensão dos ataques a Rafah", afirma o comunicado da Liga Árabe.
 
Os ataques aéreos e a ofensiva de artilharia israelense também voltou a atacar o norte e o centro de Gaza. Em 24 horas foram registradas um total de aproximadamente 81 mortes, segundo um comunicado do Ministério da Saúde de Gaza, elevando o balanço completo das vítimas mortais para mais de 36 mil palestinos desde o início da guerra.
 
Hamas lança foguetes contra capital de Israel

O exército de Israel disse que pelo menos oito foguetes foram disparados contra o centro de Israel no último domingo, a partir da cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, onde as suas forças têm lutado contra o Hamas. Os militares garantiram que foram interceptados pelas defesas aéreas israelenses.
 
As sirenes soaram em Tel Aviv pela primeira vez apos meses, com pelo menos três explosões relatadas em todo o centro de Israel. Os serviços de emergência informaram que caíram estilhaços em vários locais, na cidade de Ranana, a norte de Tel Aviv, e também nas cidades de Petah Tikva e Bnei Brak. As autoridades israelenses relataram que uma pessoa sofreu ferimentos leves.
 
O braço armado do Hamas confirmou o lançamento dos foguetes contra a capital de Israel. As brigadas Ezedin al Qasam afirmaram ainda pelo Telegram, que visaram Tel Aviv em resposta aos massacres contra os civis palestinos. 
 
Os esforços diplomáticos dos países mediadores continuam na retomada das negociações para alcançar uma trégua no território palestino e a libertação de reféns. Mas, o Catar, um dos mediadores, apontou que este ataque israelense a Rafah pode prejudicar consideravelmente os esforços para se chegar a acordo para um cessar-fogo.
 
Hoje, o ex-chefe do Exército e membro observador do gabinete de guerra israelense, Gadi Eisenkot, pediu, ao parlamento do país que suspenda a ofensiva em Rafah para garantir o regresso dos reféns.
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