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GUERRA

Finlândia diz que Ucrânia pode usar suas armas para atacar solo russo

País não impôs restrições concretas à sua ajuda material à Ucrânia, mas presume que o material será usado em conformidade com o Direito Internacional

Publicado em: 29/05/2024 16:41

Ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen (Foto: Jussi Nukari / AFP)
Ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen (Foto: Jussi Nukari / AFP)
A ministra das Relações Exteriores da Finlândia, Elina Valtonen, anunciou hoje que a Ucrânia pode usar as armas doadas pelo governo finlandês para atacar alvos em território russo. 
 
"A Finlândia não impôs quaisquer restrições concretas à sua ajuda material à Ucrânia, mas presume que o material será usado em conformidade com o Direito Internacional", afirmou Valtonen, destacando que a Organização das Nações Unidas reconhece o direito de um país atacado se defender do agressor.
 
"A Rússia trava uma guerra de agressão ilegal na Ucrânia, e Kiev tem o direito à autodefesa, segundo o artigo 51.º da Carta das Nações Unidas. Isso inclui também ataques a alvos militares no território do agressor que sejam necessários para a autodefesa", acrescentou Valtonen.
 
Enquanto isso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, persiste há semanas que seus aliados ocidentais dêem uma ‘luz verde’ para poder atacar o território da Rússia com as respectivas armas fornecidas por eles. Zelensky argumenta que não consegue proteger as populações do nordeste da Ucrânia quando a Rússia ataca do outro lado da fronteira e que Kiev não dispõe de sistemas de defesa antiaérea suficientes.
 
A chanceler da Finlândia fez as declarações após o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico-Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, ter incentivado os países  aliados a considerar a possibilidade de autorizar a Ucrânia a atacar a Rússia no território desta com armas ocidentais, o que diversos membros da aliança militar proibiram expressamente ao fornecerem armamento ao governo de Kiev.
 
Valtonen ainda vai participar de uma reunião com os ministros das Relações Exteriores da OTAN, na capital da República Checa , na próxima quinta e sexta-feira, na qual serão discutidos o apoio militar à Ucrânia e a preparação da cúpula da Aliança Atlântica nos EUA, em julho.
 
"O apoio à Ucrânia estará no centro tanto desta reunião como da cúpula da OTAN que será realizada em Washington. Para a Finlândia, é importante que a OTAN envie a mensagem mais forte possível à Ucrânia sobre a continuidade do apoio", diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores finlandês. 
 
Em contrapartida, Moscou já condenou recentemente o apelo de Stoltenberg e acusa a Aliança Atlântica de escalar as tensões, além de estar entrando em confronto direto com o seu país.  
 
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, já alertou na terça-feira (28) a Europa das graves consequências se os países da OTAN permitirem que Kiev utilize armas dos parceiros ocidentais contra alvos em território russo. "Estes representantes dos países da OTAN, especialmente na Europa, especialmente nos países pequenos, devem saber com o que estão brincando. Devem se lembrar que, regra geral, são Estados com territórios pequenos, mas densamente povoados", ameaçou, acrescentando que este é o fator que os países do Ocidente devem ter em conta antes de falarem em lançar ataques contra solo russo.

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