MEIO AMBIENTE

Nações Unidas diz que Brasil lidera nas Américas pessoas deslocadas por desastres climáticos

País sul-americano foi responsável por mais de um terço dos deslocamentos por desastres na região, declara a ONU

Publicado em: 14/05/2024 17:35 | Atualizado em: 14/05/2024 17:46

Casas destruídas e escombros são vistos em Cruzeiro do Sul após as devastadoras enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul (Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
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Casas destruídas e escombros são vistos em Cruzeiro do Sul após as devastadoras enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul (Foto: NELSON ALMEIDA / AFP )
Um relatório divulgado, nesta terça-feira, pela Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que o Brasil liderou o número de pessoas deslocadas devido aos desastres climáticos nas Américas, com 745 mil pessoas afetadas em todo o ano de 2023.
 
De acordo com o relatório do Centro de Monitorização de Deslocamento Interno, divulgado hoje, o país sul-americano foi responsável por mais de um terço dos deslocamentos por desastres na região, diz a ONU. O estudo afirma que este é o maior número registrado no Brasil desde o início dos registros em 2008.
 
Somente no mês de março, nos estados do norte Acre, Amazonas e Pará e no estado nordestino do Maranhão, 116 mil pessoas tiveram de ser deslocadas como consequência das fortes chuvas. Também o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) do Brasil informou que o país registrou mais de mil desastres naturais em 2023, um número recorde.
 
O Cemaden relatou 1.161 eventos, como transbordamento de rios e deslizamentos de terra, que decorreram ao longo do ano.  
 
Já o estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, atravessa neste momento a maior tragédia ambiental de que há registro, em termos também de extensão territorial, uma vez que aproximadamente 80% do estado foi afetado e atingiu mais de 400 municípios. As cidades e a capital do estado sofreram com um volume de chuvas sem precedentes, que provocaram inúmeras inundações, transbordamento de rios, deslizamento de terras, destruição de estradas, vias, infraestruturas, casas e centenas de pessoas isoladas pelas cheias. 
 
As autoridades locais fizeram hoje um novo balanço da catástrofe climática, indicando que as tempestades que devastaram o sul do Brasil já causaram 148 mortes. Segundo a Defesa Civil local, o número de deslocados supera 538 mil pessoas, dos quais mais de 76,8 mil tiveram de buscar refúgio em abrigos improvisados pelas autoridades do Rio Grande do Sul. Há ainda 806 pessoas feridas e 124 desaparecidos. As fortes chuvas afetam cerca de 2,1 milhões de pessoas no estado.
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