GUERRA
ONU defende fim da ocupação e Estado Palestino independente
O secretário-geral da organização destacou que a comunidade internacional tem a responsabilidade e a obrigação moral de ajudar neste objetivo
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 18/04/2024 15:50 | Atualizado em: 18/04/2024 17:02
Foto: AFP |
Nesta quinta-feira, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu o fim da ocupação e o estabelecimento de um Estado Palestino totalmente independente, ressaltando que a comunidade internacional tem a responsabilidade e a obrigação moral de ajudar neste objetivo.
As declarações acontecem na reunião do Conselho de Seguranças das Nações Unidas sobre a situação no Oriente Médio e antes da votação à adesão plena da Palestina à ONU, que é apenas considerado um Estado observador na organização desde 2012. Guterres voltou a reiterar na solução de dois Estados, com Israel e a Palestina vivendo lado a lado em paz e segurança, com Jerusalém como capital de ambos os Estados, com base em resoluções da própria organização, no direito internacional e em acordos já firmados anteriormente. Segundo o líder da ONU, esta é a pré-condição essencial para acalmar as tensões em toda a região e além dela.
O secretário-geral da ONU também declarou que ainda é limitado e às vezes nulo os compromissos assumidos por Israel para reforçar a ajuda a Gaza, acrescentando que as operações militares israelitas criaram um cenário humanitário infernal. "Tudo isto aconteceu com severas limitações impostas pelas autoridades israelitas à entrega de ajuda humanitária às pessoas em Gaza, que enfrentam fome generalizada", afirmou. Guterres apontou que houve alguns exemplos de progressos limitados, mas avaliou que o progresso aparente numa área é muitas vezes anulado por atrasos e restrições noutras regiões.
O projeto de resolução apresentado pela Argélia recomenda à Assembleia geral da ONU que reconheça o Estado da Palestina como membro da ONU, que depende da aprovação de dois terços dos membros. As nações árabes já expressaram total apoio ao pedido e apelou aos membros do Conselho de Segurança que votem a favor do projeto.
Os Estados Unidos haviam prometido vetar qualquer resolução que endossassem a adesão da Palestina. A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse que se tornar integrante pleno da ONU não fará com que a solução de dois Estados se concretize. No entanto, a diplomata destacou que o presidente dos EUA, Joe Biden, apóia uma solução de 2 Estados e trabalha para implementá-lo. “O estabelecimento de um Estado Palestino independente deveria ser feito através de negociações diretas entre as partes e não na ONU”, indicou Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.
Entretanto, de acordo com uma reportagem do The Wall Street Jounal, que cita fontes governamentais americanas e sauditas, a Casa Branca teria proposto a Israel o reconhecimento do Estado da Palestina em troca do reconhecimento diplomático da Arábia Saudita. As fontes asseguram que Washington pressiona Tel Aviv a assinar um acordo que seria histórico. Mas, até agora, nenhuma das partes envolvidas comentou o alegado plano proposto por Biden ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu.
"Em breve será possível aceitar a Palestina como membro oficial da ONU", considerou Wang Yi, chanceler da China.
Segundo a Autoridade Nacional Palestina, 137 dos 193 Estados-membros da ONU reconhecem unilateralmente o Estado da Palestina. Porém, a adesão de um país as Nações Unidas só pode ir à votação na Assembleia geral após uma recomendação do Conselho de Segurança, onde os EUA, maior aliado de Israel, provavelmente usará o seu poder de veto.
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