GUERRA

Prosseguem negociações dos países mediadores por cessar-fogo em Gaza

Autoridades dos Estados Unidos, Egito, Hamas e Catar continuam no Cairo as negociações para uma trégua na Faixa de Gaza

Publicado em: 04/03/2024 12:00

Acordo de um cessar-fogo permitiria a libertação de reféns detidos no enclave em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel (Foto: SAID KHATIB / AFP)
Acordo de um cessar-fogo permitiria a libertação de reféns detidos no enclave em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel (Foto: SAID KHATIB / AFP)
Nesta segunda-feira (4) as autoridades dos Estados Unidos, Egito, Hamas e Catar continuam no Cairo as negociações para uma trégua na Faixa de Gaza. O acordo de um cessar-fogo permitiria a libertação de reféns detidos no enclave em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel. Segundo o Hamas, as conversações avançam apesar da decisão de Israel de não comparecer.
 
Já no domingo, a vice-presidente EUA, Kamala Harris, pediu um cessar-fogo temporário de seis semanas em Gaza seja colocado em prática imediatamente. "Dada à imensa escalada de sofrimento em Gaza, deve haver um cessar-fogo imediato durante, pelo menos, as próximas seis semanas, que é o plano que está atualmente sobre a mesa. Seis semanas de tréguas permitiriam a libertação dos reféns e a entrada de uma quantidade significativa de ajuda. Esta ajuda é essencial para os palestinos, que são confrontados com tiros e caos", declarou.
 
Kamal ainda apelou ao governo israelita para que, sem desculpas, se esforce mais para aumentar a ajuda em Gaza, com o objetivo de restabelecer os serviços básicos e restaurar a ordem. “Os palestinos estão sofrendo uma catástrofe humanitária e assistir é devastador”, garantiu. 
 
Mas, Harris também vai se reunir hoje na Casa Branca com um alto membro do Gabinete de Guerra israelita, Benny Gantz, além do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, um encontro no qual será reiterada a posição dos norte-americanos de pretender um cessar-fogo temporário para levar mais ajuda humanitária a Gaza e libertar os reféns.
No entanto, a viagem de Gantz s a Washington causou polêmica em Israel. O aliado próximo de Netanyahu e Ministro de Cooperação Regional, Dudi Amsalem, classificou a visita de Gantz de uma violação total das regulamentações governamentais. “Gantz tenta impedir as Forças de Defesa de Israel (FDI) de vencer a guerra e criar uma oportunidade para liderar o processo de estabelecimento de um Estado palestino que eliminará o Estado de Israel!”, acusou Amsalem na rede social X.
 
A emissora estatal israelita Kan noticiou que Netanyahu não estava a par dos planos de Gantz e instruiu a embaixada israelita em Washington a não facilitar a visita. Já Gantz afirmou que avisou pessoalmente Netanyahu sobre seus planos de ir a Washington.
 
Barril de Pólvora
 
O Alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, comparou a situação em Gaza a um “barril de pólvora” que poderia desencadear uma guerra regional mais extensa a qualquer momento. 
 
Hoje, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, Turk apontou que os conflitos sobrepostos em todo o mundo estão tornando o espectro dos conflitos secundários muito real. "A guerra em Gaza já gerou repercussões perigosas nos países vizinhos. E estou profundamente preocupado que, neste barril de pólvora, qualquer faísca possa levar a uma deflagração muito mais ampla. Isto teria implicações para todos os países do Oriente Médio e para muitos outros países", destacou.
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