GUERRA

Israel enviará delegação aos EUA para discutir a invasão de Rafah

Comitiva será formada pelo ministro dos Assuntos Estratégicos, o conselheiro de Segurança Nacional e um representante do Ministério da Defesa

Publicado em: 20/03/2024 15:05

 (Foto: Ahmad Gharabli/AFP)
Foto: Ahmad Gharabli/AFP
O gabinete do primeiro-ministro de Israel revelou que vai enviar uma delegação aos Estados Unidos, a pedido do presidente norte-americano Joe Biden, para discutir a invasão de Rafah. A comitiva será formada pelo ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, o conselheiro de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi e um representante do Ministério da Defesa que trata dos assuntos civis em Gaza e na Cisjordânia. 
 
"Por respeito ao presidente Biden, chegamos a um acordo sobre a forma como podemos apresentar as suas ideias, especialmente no que diz respeito à vertente humanitária. Obviamente, partilhamos plenamente do desejo de facilitar uma saída ordenada da população de Rafah e da prestação de ajuda humanitária à população civil", disse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
 
Netanyahu reiterou mais uma vez a intenção de lançar uma ofensiva terrestre contra Rafah, no sul da Faixa de Gaza, mas avisou que levará ‘algum tempo’ para que as forças israelitas façam a incursão terrestre. O primeiro-ministro israelita garantiu que já existe o plano de ação e que em breve aprovará ainda o plano para a evacuação de civis palestinos das áreas de combate, após já ter dado luz verde aos projetos operacionais dos militares para Rafah.
 
No entanto, para Netanyahu a ofensiva em Rafah é inegociável, alegando que visa eliminar membros do Hamas nessa região, que é considerado o último grande reduto do grupo. “Não há forma de fazê-lo sem uma incursão terrestre. Temos um debate com os americanos sobre a necessidade de entrar em Rafah, não sobre a necessidade de eliminar o Hamas", acrescentou.
 
Mas, o primeiro-ministro também confessou que houve momento em que existiram “discordâncias” com o aliado Biden, apesar de apreciar o apoio dos EUA. "No início, concordamos que o Hamas devia ser eliminado. Mas durante a guerra, não é segredo para ninguém, tivemos diferenças de opinião sobre a melhor forma de atingir esse objetivo", disse Netanyahu.
 
Na última segunda-feira, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que o presidente Biden rejeitou mais uma vez que mostrar preocupação com Rafah seja o mesmo que questionar a necessidade de acabar com o Hamas. “Mas, uma grande operação terrestre será um erro e levará a mais mortes de civis. Os objetivos que Israel quer atingir em Rafah podem ser alcançados por outros meios", apontou Sullivan.
Ontem, os EUA também avaliaram que as restrições israelitas à entrada de ajuda humanitária em Gaza podem constituir um crime de guerra de fome deliberada. 
 
"A extensão das restrições contínuas de Israel à entrada de ajuda em Gaza, juntamente com a forma como continua a conduzir as hostilidades, pode equivaler à utilização da fome como método de guerra, o que é um crime de guerra", assinalou Volker Turk, o alto-comissário da ONU para os direitos humanos.

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