GUERRA

Defesa dos EUA diz que sobrevivência da Ucrânia está em perigo

Secretário da Defesa norte-americano se encontra na base aérea americana de Ramstein, na Alemanha, para a 20ª reunião do Grupo de Defesa da Ucrânia

Publicado em: 19/03/2024 14:49

Secretário da Defesa dos EUA declarou que a sobrevivência da Ucrânia enquanto Estado independente corre perigo (Foto: Sergei SUPINSKY/AFP)
Secretário da Defesa dos EUA declarou que a sobrevivência da Ucrânia enquanto Estado independente corre perigo (Foto: Sergei SUPINSKY/AFP)
Nesta terça-feira (19), o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, declarou que os Estados Unidos não vão deixar a Ucrânia cair, mas afirmou que a sobrevivência da Ucrânia enquanto Estado independente corre perigo. “As tropas ucranianas enfrentam condições difíceis e combates duros. E os civis da Ucrânia enfrentam constantemente mísseis russos e drones iranianos. Mas a Ucrânia não vai recuar. E os Estados Unidos também não”, assegurou Austin.
 
Austin se encontra na base aérea americana de Ramstein, na Alemanha, para a 20ª reunião do Grupo de Defesa da Ucrânia, que tem sido a principal organização de coordenação de apoio militar ao país para a entrega de armas e outras ajudas à Kiev.
 
“Os nossos aliados e parceiros continuam a dar a sua contribuição, os Estados Unidos também têm de fazê-lo. Vemos e acreditamos com otimismo que os próximos passos serão dados. Mas sabem que tudo isto depende do Congresso. Não é possível fazer previsões, mas continuarei a trabalhar com os meus colegas para tornar isto possível. Mas, saio daqui hoje totalmente determinado a manter a assistência de segurança e as munições dos EUA. É uma questão de sobrevivência e soberania para a Ucrânia e é uma questão de honra e segurança para a América", indicou o líder do Pentágono, que acrescentou esperar que o novo pacote de ajuda norte-americana ao governo ucraniano seja aprovado em breve.
 
O secretário da Defesa dos EUA ainda avaliou que a Rússia pagou um custo impressionante pela guerra, repetindo inclusive as estimativas de que pelo menos 315 mil soldados russos foram mortos ou feridos no conflito. “Relativamente a um potencial avanço por parte da Rússia, vimos que Moscou consegue obter parcialmente pequenas vitórias militares. Mas, usa enormes recursos em prol dos bocados de terra que captura", disse.
 
A reunião de Ramstein ocorre uma semana depois de os responsáveis pela defesa dos EUA terem conseguido utilizar 300 milhões de dólares em poupanças contratuais para financiar um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, retirando armas armazenadas pelo Pentágono. Os responsáveis pela defesa também continuam a alertar para o fato de a Ucrânia continuar a ser fortemente ultrapassada pela Rússia no campo de batalha e registram os relatos das tropas ucranianas sobre racionamento ou falta de munições nas linhas da frente. 
 
Enquanto isso a aprovação no Congresso dos EUA sobre uma nova proposta de ajuda à Ucrânia encontra-se num impasse há vários meses. As autoridades norte-americanas afirmam que existe um apoio bipartidário para o pacote, mas vários republicanos se opõem e o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, se recusou a levar o projeto de lei à votação.
 
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, relatou que as forças russas lançaram 130 mísseis, mais de 320 drones de ataque e quase 900 bombas aéreas guiadas contra civis ucranianos desde o início de março. “Todos os dias e todas as noites, a Rússia trava uma guerra terrorista contra o nosso povo, contra cidades e aldeias comuns da Ucrânia, usando drones, mísseis e bombas guiadas. Embora a Ucrânia tenha provado que pode abater eficazmente estas armas, precisamos de mais proteção”, apelou Zelensky.
 
Até agora, este mês, os ataques russos já mataram civis em toda a Ucrânia, incluindo nas regiões de Sumy, Donetsk, Dnipropetrovsk e Kharkiv. Mais 20 pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas também num recente ataque em Odessa.
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