GUERRA

Organizações apelam por ajuda financeira a UNRWA sob risco de paralisar os serviços

Apelo segue a notícia de que 12 funcionários da agência estão sendo investigados por possível envolvimento no ataque do Hamas no dia 7 de outubro

Publicado em: 29/01/2024 14:56 | Atualizado em: 29/01/2024 15:43

Comissário-geral da UNRWA apelou que os países não suspendam o financiamento a organização humanitária (Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP)
Comissário-geral da UNRWA apelou que os países não suspendam o financiamento a organização humanitária (Foto: JAAFAR ASHTIYEH / AFP)
O comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA), Philippe Lazzarini, apelou que os países não suspendam o financiamento a organização humanitária. “É chocante ver uma suspensão de fundos para a agência em reação às alegações contra um pequeno grupo de funcionários, especialmente tendo em conta a ação imediata que a UNRWA tomou ao rescindir os seus contratos e pedir uma investigação independente e transparente”, disse Lazzarini, que acrescentou que não será capaz de continuar as operações em Gaza e em toda a região após o final de fevereiro se o financiamento não for retomado. 
 
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, endossou o pedido de continuação da ajuda à agência. 
 
Até ao momento, ainda não foi esclarecido nem por Israel nem pela UNRWA de que forma estiveram envolvidos os funcionários da agência ‘associados’ aos acontecimentos de 7 de outubro. Israel afirmou que quer “parar” a atividade da agência e que esta “não fará parte” da ajuda prestada a Gaza no pós-guerra.
 
Mas, António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), já pediu aos governos que interromperam as contribuições para que continuem a garantir a atividade da principal agência em Gaza. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, também apelou que os países reconsiderassem a decisão porque “essas posições, se mantidas, puniriam desproporcionalmente milhões do nosso povo sem justa causa”.
 
A organização emprega aproximadamente 13 mil pessoas em Gaza, sendo que 152 funcionários foram mortos desde o início da guerra. A UNRWA, além disso, já despediu 12 funcionários na sequência das alegações.
 
Os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Itália, Reino Unido, Finlândia, Países Baixos, Alemanha, Japão e Áustria retiraram o financiamento à organização. A Irlanda, Espanha e Noruega dizem que vão continuar a prestar apoio. Por outro lado, a Suíça espera por mais informações para tomar uma decisão e a França anunciou que não planeja dar nenhuma contribuição financeira à agência durante o primeiro trimestre do ano. Estes países são alguns dos principais financiadores da agência. A suspensão deste apoio põe em causa a capacidade de prosseguir na prestação de ajuda humanitária às pessoas Na Faixa de Gaza, sobretudo com o agravamento do conflito. 
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