GUERRA

Governo reconhecido do Iêmen culpa os Houthis por levar o país a um confronto militar

A milícia iraniana Harakat al Nujaba, por sua vez, disse que os interesses dos Estados Unidos e dos seus aliados não estão seguros a partir de agora

Publicado em: 12/01/2024 13:04

O grupo rebelde dos Houthis, apoiado pelo Irã, controla grande parte do Iêmen (Foto: AFP)
O grupo rebelde dos Houthis, apoiado pelo Irã, controla grande parte do Iêmen (Foto: AFP)
Nesta sexta-feira (12), o governo internacionalmente reconhecido do Iêmen, apoiado pela Arábia Saudita, afirmou que os ataques das forças norte-americanas e britânicas contra o país são uma resposta aos ataques "contínuos" do grupo rebelde dos Houthis contra navios no Mar Vermelho.
 
Em um comunicado, o governo iemenita também declarou que os Houthis, apoiados pelo Irã, são os responsáveis "por arrastarem o país e a Península Arábica para a arena da confrontação militar".
 
Por sua vez, a milícia iraniana Harakat al Nujaba, disse que os interesses dos Estados Unidos e dos seus aliados não estão seguros a partir de agora, após o ataque contra alvos dos Houthis. 
 
Entenda o contexto do Iêmen 
 
O grupo rebelde dos Houthis, apoiados pelo Irã, controlam grande parte do Iêmen. A guerra civil que assolou o país causou uma das piores crises humanitárias do mundo, deixando milhares de mortos e levando a maioria da população do território à fome. 
 
O país está mergulhado no caos desde 2014, quando as forças Houthis invadiram a capital Sanaã e derrubaram o governo internacionalmente reconhecido e apoiado pela Arábia Saudita, desencadeando uma sangrenta guerra civil. O conflito se transformou numa guerra mais ampla em 2015, quando uma coligação liderada pela Arábia Saudita interveio numa tentativa de derrotar os Houthis.
 
Oito anos depois, a coligação não conseguiu depor os Houthis, que continuam a controlar grande parte do país. Em 2022, foi assinado um cessar-fogo, que após seis meses chegou ao fim. No entanto, os rebeldes não retomaram uma guerra total.
 
De acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM), são 17 milhões de pessoas que enfrentam insegurança alimentar no Iêmen, que alertou que a situação humanitária e a falta de alimentos e de outros bens essenciais podem levar milhões de pessoas à fome e à morte. Além disso, o conflito também provocou danos nas infraestruturas do país, agravou o colapso econômico e causou deslocações generalizadas de populações.
 
Segundo a ONU, atualmente mais de 24 milhões de pessoas - acima de 80% da população - necessitam de ajuda humanitária e de proteção. A organização aponta que o conflito matou cerca de 377 mil pessoas, mais de metade das quais por causas indiretas associadas ao conflito, como a falta de alimentos, água e cuidados de saúde. “Milhares de pessoas perderam os seus empregos e mais da metade da população vive atualmente em condições de pobreza extrema”, diz as Nações Unidas.

COMENTÁRIOS

Os comentários a seguir não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.