GUERRA

ONU aprova resolução não vinculativa para cessar-fogo em Gaza

Na votação, 153 países se posicionaram a favor de um cessar-fogo imediato no território palestino, enquanto 10 se mostraram contrários e 23 se abstiveram

Publicado em: 13/12/2023 15:19

Sessão especial foi convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, a pedido do Egito e da Mauritânia (Foto: AFP)
Sessão especial foi convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, a pedido do Egito e da Mauritânia (Foto: AFP)
A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução não vinculativa que exige um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza. 
 
A resolução não vinculativa da ONU não tem caráter obrigatório de ser cumprida, mas possui peso político e reflete as opiniões da comunidade global sobre a guerra. 153 países votaram a favor de um cessar-fogo imediato no território palestino e que todas as partes envolvidas respeitem a lei internacional. Dez países votaram contra, entre eles, EUA, Israel, Áustria, República Tcheca, Guatemala e Paraguai. 23 países se abstiveram.
 
Esta sessão especial foi convocada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, a pedido do Egito e da Mauritânia. As nações africanas invocaram um artigo pouco usado, a resolução 377A, que prevê a intervenção da Assembleia-geral quando o Conselho de Segurança se prova incapaz de “cumprir a sua responsabilidade primeira de manter a paz global” por falta de unanimidade entre os países com assento permanente e poder de veto.
 
A Autoridade Nacional Palestina acolheu favoravelmente o pedido das Nações Unidas para um cessar-fogo humanitário imediato na guerra entre Israel e o Hamas, e instou as nações que votaram a favor da resolução para obrigarem Israel a implementá-lo. 
 
Por outro lado, o Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que a guerra contra o Hamas vai continuar com ou sem o apoio internacional. A chancelaria israelita rejeita um cessar-fogo neste momento do conflito, porque seria um presente para o Hamas e permitiria que continuasse a ameaçar Israel. O ministério israelita também alertou a comunidade internacional de que deve agir "agressivamente" para proteger as rotas de navegação internacionais.
 
À beira do colapso humanitário
 
Além disso, na última noite a chuva forte provocou várias inundações no enclave, o que agravou ainda mais a situação humanitária dos milhares de palestinos que estão vivendo a céu aberto ou nos campos de refugiados montados no sul da Faixa de Gaza, junto à fronteira com o Egito. 
 
O gabinete humanitário das Nações Unidas ainda assegurou que Gaza está muito perto de um “desastre de saúde pública” na sequência do colapso do sistema de saúde da região. “Sabemos que sistema de saúde já entrou ou vai entrar em colapso. Temos aqui a fórmula que vem nos livros para epidemias e um desastre de saúde pública”, advertiu Lynn Hastings, coordenadora humanitária para os territórios palestinos ocupados.
 
O número de mortos palestinos na guerra ultrapassa os 18 mil, dos quais 70% são quais mulheres e crianças, e os feridos passam de 50 mil.

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