CONFLITO

Impasse nas negociações em Nagorno-Karabakh após o cessar-fogo

De acordo com os armênios de Karabakh, acordo ainda não foi alcançado

Publicado em: 22/09/2023 15:07

Para os separatistas armênios de Nagorno-Karabakh ainda não existe resultados sólidos das negociações com o Azerbaijão (Foto: AFP)
Para os separatistas armênios de Nagorno-Karabakh ainda não existe resultados sólidos das negociações com o Azerbaijão (Foto: AFP)
As autoridades do Nagorno-Karabakh concordaram em parte com as exigências militares do Azerbaijão, no entanto as negociações sobre a questão operacional de como a região pode vir a ser integrada no Azerbaijão não foram conclusivas. Os armênios de Karabakh afirmaram que o acordo ainda não foi alcançado. "Essas questões ainda precisam ser resolvidas. Ainda não há resultados concretos. A situação é muito difícil, as pessoas estão com fome, não há eletricidade, não há combustível e temos muitos refugiados”, disse David Babayan, conselheiro de Samvel Shahramanyan, Presidente da autodenominada República de Artsakh. Mas acrescentou que foi alcançado um acordo para a passagem de um comboio humanitário para Nagorno-Karabakh através do corredor de Lachin.

Com mediação da Rússia, que mantém uma força de manutenção da paz em Nagorno-Karabakh desde 2020, representantes dos separatistas e de Baku iniciaram negociações na quinta-feira sobre a reintegração do território no Azerbaijão.

O conselheiro de política externa do Presidente do Azerbaijão, Hikmet Hajiyev, comunicou que foi proposta uma anistia aos separatistas de Karabakh e que entregassem as armas, apesar de que alguns tenham prometido continuar a resistência. Ontem, o chanceler do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, assegurou nas Nações Unidas, que o seu país está determinado em garantir aos residentes do Nagorno-Karabakh todos os direitos e liberdades, conforme a Constituição e com as obrigações internacionais em matéria de direitos humanos, incluindo a proteção das minorias étnicas. Baku também anunciou que iria enviar alimentos e ajuda humanitária para o enclave. 

Já o primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pashinyan, afirmou hoje, que não havia necessidade imediata de os armênios da região abandonar as casas onde moram, mas garantiu que seu país está preparado para receber 40 mil deslocados, caso seja necessário. Segundo o governo de Erevan, depois do exército do Azerbaijão ter lançado na terça-feira um ataque à região separatista, 200 pessoas morreram e 400 ficaram feridas, incluindo mulheres e crianças. 

Para os separatistas armênios de Nagorno-Karabakh ainda não existe resultados sólidos das negociações com o Azerbaijão sobre possíveis garantias de segurança ou uma anistia para os dissidentes. Tropas do exército do Azerbaijão se encontravam nos arredores de Stepanakert, autodenominada capital da região separatista, aumentando os receios de uma intervenção.

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