OTAN anuncia que Finlândia integrará a aliança em breve

Nesta sexta-feira (31), poucas horas após o Parlamento da Turquia ter ontem aprovado a entrada da Finlândia na aliança militar, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg, fez a declaração de que Helsinque já não enfrenta mais nenhum obstáculo para integrar a OTAN. "A Finlândia irá juntar-se formalmente à nossa aliança nos próximos dias. Os 30 aliados já ratificaram o protocolo de adesão", anunciou Stoltenberg. 

A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, também se pronunciou. "Como aliados, daremos e receberemos segurança. Vamos nos defender. A Finlândia está com a Suécia agora e no futuro e apoia a sua adesão", publicou Marin na rede social Twitter. 

A chefe de Estado se referiu a Suécia, uma vez que a nação ainda não conseguiu obter a aprovação de Ancara para se juntar à OTAN. Já a Finlândia será formalmente admitida na OTAN durante a próxima cúpula da organização, que está agendada para julho, na Lituânia.

Mas, apesar de a Turquia ter prorrogado e colocado nos últimos meses algumas barreiras à candidatura da Finlândia, a rapidez das negociações e do processo de adesão alavancaram o desfecho desta sexta-feira, sendo que a ratificação ocorre numa altura em que a Rússia se prepara para assumir a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual possui um posto permanente.

A Finlândia mudou sua histórica posição neutra relativa a questões militares, mostrando interesse em fazer parte da Aliança Atlântica, após a invasão russa na Ucrânia, que fez com que suscitasse nos países vizinhos o receio de que o mesmo poderia suceder com eles. 

Segundo as autoridades finlandesas, a guerra na Ucrânia alterou ‘fundamentalmente’ a situação de segurança da região, tanto que o governo  aprovou no ano passado novas emendas a sua Lei de Guarda de Fronteira para permitir a construção de barreiras mais fortes. Assim, o país que divide com a Rússia a maior fronteira de toda a União Europeia (UE), recentemente iniciou a construção de um muro de metal de três metros de altura no trecho fronteiriço mais denso e arborizado para impedir a entrada em massa de imigrantes russos, sendo a maioria tentando escapar do recrutamento militar. Também nas zonas consideradas mais delicadas à segurança estão sendo instaladas câmeras de visão noturna, holofotes e alto-falantes.