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Hungria ratifica adesão da Finlândia a OTAN

Publicado em: 28/03/2023 14:14

 (Foto: AFP)
Foto: AFP
Após meses de hesitações, o Parlamento húngaro, controlado pelo partido Fidesz do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orbán, ratificou a adesão da Finlândia à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Com uma ampla maioria dos deputados foi aprovada a entrada do país nórdico na Aliança Atlântica. Enquanto isso, segundo o  Fidesz, o caso da Suécia será discutido mais tarde.

No entanto, Estocolmo se encontra preocupada com o atraso da decisão da Hungria, apesar do apoio oficialmente demonstrado pelo Governo Orbán. Na semana passada, o chefe de gabinete do primeiro-ministro húngaro, Gergely Gulyas, considerou existir uma "boa hipótese" de a votação se realizar durante a sessão parlamentar da primavera, que termina em 15 de junho.
Mas a oposição política húngara diz que o partido Fidesz (União Cívica Húngara)  está arrastando o processo. O Fidesz já condenou várias vezes às "mentiras" espalhadas pelos políticos suecos sobre o Estado de direito na Hungria, enquanto Viktor Orbán é regularmente acusado pelas organizações internacionais de "deriva autoritária". Para a oposição, esta demora "serve os interesses" do presidente russo, Vladimir Putin, com o qual Orbán quer manter laços estreitos.

A Suécia ainda considerada que a Hungria possa estar usando a sua aprovação na Aliança como moeda de troca na sua batalha com a União Europeia (UE). Isso porque milhões de fundos destinados a Budapeste estão atualmente congelados por Bruxelas, aguardando reformas para que o Estado húngaro melhore o combate a corrupção no país.

Turquia acenou sobre entrada finlandesa na Aliança

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou recentemente ‘luz verde’ para a adesaõ da Finlândia, que partilha a mais longa fronteira europeia com a Rússia. De acordo com Erdogan, a votação no parlamento turco deverá acontecer em breve.
Mas em relação à Suécia a situação é mais tensa, uma vez que Ancara ainda impõe objeções. A Turquia acusa, sobretudo o governo sueco, de ser um refúgio para ‘terroristas’ curdos e de recusar extradições, que são, na prática, decididas pela justiça da Suécia, não pelo Governo.

Dos 30 Estados-membros da organização do bloco de defesa ocidental, 28 já sancionaram a adesão das duas nações à Aliança militar. A partir da invasão russa na Ucrânia, Estocolmo e Helsínquia decidiram alterar a sua política de não-alinhamento militar, em vigor desde os anos 1990, ela mesma herdada de décadas de neutralidade imposta ou escolhida, pedindo a entrada na OTAN em maio de 2022.
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