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Kremlin diz que negociações do conflito somente sob condições russas

Publicado: 03/08/2022 às 14:05

/foto: AFP/Alexander Zemlianichenko

/foto: AFP/Alexander Zemlianichenko

Nesta quarta-feira (3), o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitri Peskov, afirmou que o governo russo só irá negociar uma solução para o conflito na Ucrânia se for sob as suas condições. 
 
O porta-voz presidencial reagiu ao ser questionado sobre as recentes declarações do ex- chanceler da Alemanha Gerhard Schröder, considerado próximo do presidente russo Vladimir Putin, que comentou ao visitar Moscou e se encontrar com o Chefe de Estado do país, que a Rússia quer uma "solução negociada" para a guerra na Ucrânia. "A Rússia está pronta para uma solução negociada sob as suas condições. As condições de Moscou para o fim da campanha militar no território ucraniano são bem conhecidas. Estas condições foram acordadas em Istambul pelos negociadores de ambas as partes na última reunião, que decorreu em março, entre representantes russos e ucranianos. Depois disso, o lado ucraniano já rejeitou o que foi acordado e abandonou as negociações", assegurou Peskov em coletiva à imprensa.
 
O antigo chanceler alemão havia dito em entrevista a revista Stern que poderia servir de mediador entre a Rússia e a Ucrânia para novas negociações, no entanto Peskov destacou na conferência a mídia que Schröder não manifestou ao Kremlin até o momento tal desejo. 
 
Enquanto isso, Schröder vem recebendo duras críticas pelo seu Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), devido aos laços passados e atuais com Putin. Por causa ainda das pressões decorrentes da guerra na Ucrânia, Schröder também anunciou no final de maio deste ano a sua demissão de uma vaga no conselho de administração do consórcio russo Gazprom, para o qual foi nomeado e onde tomaria posse em junho. Além disso, saiu da presidência do conselho de administração da petrolífera russa Rosneft, cargo que ocupava desde 2017. 
 
Invasão russa
 
De acordo com os últimos dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a ofensiva militar iniciada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia já provocou a fuga de quase 17 milhões de pessoas das suas casas, sendo mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 10 milhões para os países vizinhos. A ONU classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a entidade contabiliza mais de 5.300 mortos civis, ressaltando que os números reais deverão ser muito superiores, mas que só serão conhecidos quando houver acesso completo a zonas ocupadas ou sob intensos combates.
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